RAFAEL MACHADO
DA REDAÇÃO
Os ex-secretários estaduais Paulo Brustolin (Fazenda) e Júlio Modesto (Gestão) teriam exigido complemento salarial para participar do staff do governador Pedro Taques (PSDB). A informação consta na colaboração premiada do empresário Alan Malouf com a Procuradoria Geral da República (PGR).
Juntos, eles receberam cerca de R$ 1,7 milhão a mais para que assumissem as pastas.
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Desta forma, Malouf montou um grupo formado pelos empresários Alan Malouf, Marcelo Maluf, Erivelton Gasques e Juliano Bortoloto para captar recursos, a título de empréstimo, para pagar o complemento salarial aos gestores.
“O peticionante esclarece ainda, que o valor pago se deu a título de empréstimo a pedido do governador Pedro Taques”, diz trecho da colaboração.
Para Brustolin foram pagos R$ 500 mil para que assumisse a Sefaz, além disso, foi pago R$ 80 mil mensais entre janeiro a dezembro de 2015.
"Paulo Brustolin era um executivo reconhecido que trabalhava junto à Unimed Cuiabá, tendo uma renda mensal de aproximadamente R$ 60 mil, razão pela qual só aceitava assumir um cargo no governo se seu salário fosse complementado", conta.
"Paulo Brustolin era um executivo reconhecido que trabalhava junto à Unimed Cuiabá, tendo uma renda mensal de aproximadamente R$ 60 mil, razão pela qual só aceitava assumir um cargo no governo se seu salário fosse complementado, pois, do contrário manteria suas atividades na iniciativa privada", conta.
O colaborador disse que para complementar o salário de Brustolin, o governador foi cientificado. Ao grupo, o tucano disse que seu primo, ex-secretário-chefe da Casa
“De igual modo, o peticionante informou ao então governador Pedro Taques, que o grupo não mais pagaria os valores para os referidos secretários a título de complemento de salário. O governador concordou, e afirmou ao peticionante que iria encontrar uma solução para o problema”, contou.
Civil, Paulo Taques daria uma solução para o caso.
Ele cita que Paulo Brustolin teria saído do Governo "porque escândalos estariam próximos e o mesmo tinha receio de estar no governo neste momento".
Já para Modesto foi pago R$ 25 mil mensais no período de janeiro a dezembro de 2015. "Que tem a certeza que Júlio ainda está no Governo porque sabe muito e foi o coração financeiro da campanha, pois do contrário já teria sido desligado da gestão".
Em dezembro, Malouf informou aos secretários que não pagariam mais os valores de complemento e que depois de comunicar a decisão ao governador, Taques afirmou que buscaria solução.
“De igual modo, o peticionante informou ao então governador Pedro Taques, que o grupo não mais pagaria os valores para os referidos secretários a título de complemento de salário. O governador concordou, e afirmou ao peticionante que iria encontrar uma solução para o problema”, contou.
Outro lado
Por meio de nota, o advogado do ex-secretário Paulo Brustolin, Vinicius Segatto, informou "que causou enorme estranheza e indignação ao seu cliente o surgimento de seu nome ligado a uma delação premiada firmada pelo empresário Alan Malouf".
De acordo com Segatto, "Brustolin jamais fez qualquer pedido para assumir a Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz/MT), ao qual ficou a frente durante 18 meses e se dedicou integralmente, jamais cometendo qualquer tipo de irregularidade, tendo pautado sua atuação pelos princípios da ética, transparência e legalidade que inclusive o norteiam ao longo dos últimos 20 anos em que atua na iniciativa privada, para onde retornou após dar sua contribuição à administração pública".
"Quanto à sua postura e seus princípios morais não há razões para questionamentos, pois, sempre atuou com lisura e honestidade e, por esse motivo, qualquer afirmação contrária é vil e leviana. Por fim, Segatto lembra que ao longo do período em que seu cliente esteve na Sefaz, todos os trabalhos desenvolvidos em prol de Mato Grosso contaram com o conhecimento, a participação e a chancela dos órgãos de controle. No intuito de elucidar os fatos e reestabelecer a verdade, a defesa informa que tomará as medidas cabíveis", conclui o comunicado.
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