DA REDAÇÃO
Ao deixar a sede da Delegacia Fazendária (Sefaz), onde foi interrogado, na manhã desta terça-feira (14), o médico Lúdio Cabral (PT) que disputou a Prefeitura de Cuiabá em 2012 e o Governo do Estado em 2014, como candidato do grupo político do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), tentou desqualificar as investigações da 5ª fase da Operação Sodoma, que apontam que de R$ 7 milhões, resultantes de fraudes no Governo, R$ 1,7 milhão teria sido usado para pagar dívidas de sua campanha a prefeito.
“Não tem lógica essa conta. Estava calculando quantos litros de combustível seriam adquiridos com R$ 1, 7 milhão, mais de 500 mil litros de combustível. Não tem lógica isso. Esse consumo de combustível em uma campanha”, disse Lúdio.
O petista argumenta que sua campanha não poderia ter consumido tanto combustível, como indicado na investigação.
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“Não tem lógica essa conta. Estava calculando quantos litros de combustível seriam adquiridos com R$ 1, 7 milhão, mais de 500 mil litros de combustível. Não tem lógica isso. Esse consumo de combustível em uma campanha”, disse Lúdio.
Conforme a denúncia, o advogado Francisco Faiad, quando foi secretário de Administração do Estado, teria desviado dinheiro para pagar contas de campanha de 2012, na qual ele era candidato a vice-prefeito.
De acordo com as investigações, as empresas Marmeleiro Auto Posto Ltda. e Saga Comércio e Serviço Tecnologia e Informática, foram contratadas por Eder Moraes para fornecer combustível para veículos da campanha de Lúdio e Faiad. Pelo serviço foi cobrado R$ 1,7 milhão que teria sido por consumo fictício no Governo e contratos que foram considerados irregulares.
Consta nos autos que para a aquisição de mais de sete mil litros cúbicos de combustível, no valor de mais de R$ 16,5 milhões, se fazia necessária a renovação ilegal do contrato com a Marmeleiro. Isso porque paralelamente, na Secretaria de Estado de Transportes e Pavimentação Urbana (Setpu), já estava sendo operacionalizado outro esquema criminoso, que consistia na inserção de consumo fictício de combustível na Secretaria, cujos recursos públicos haviam sido desviados para o posto de combustível.
“Tais recursos destinaram-se no período de fevereiro a agosto de 2013, ao pagamento da campanha eleitoral do ano de 2012 de Francisco Anis Faiad e Lúdio Frank Cabral, sendo que ambos tinham com a própria empresa Marmeleiro, uma dívida de R$ 1, 7 milhão”, diz trecho do decreto de prisão.
Lúdio nega sua participação em qualquer esquema criminoso e afirma que as dívidas de sua campanha foram legalmente pagas pelo PT, com processo apresentado à Justiça Eleitoral.
“A totalidade da dívida da campanha de 212 foi na ordem de R$ 2 milhões de reais e assim que a campanha foi concluída nós levantamos toda essa dívida e contatamos todos os credores. (...) Há o procedimento de assunção da dívida pelo partido. Todos os credores são contatados. Há um termo de assunção da dívida que é assinado com anuência dos credores e depois uma programação para pagamento dessas despesas, que não foram pagas na campanha, e essas despesas foram todas pagas pelo Partido dos Trabalhadores e isso está tudo documentado”, afirmou.
Lúdio foi conduzido de forma coercitiva na manhã desta terça-feira à Defaz. Ele alegou que prestou depoimento na condição de informante e não investigado.
A 5ª fase da Operação Sodoma resultou na prisão de Francisco Faiad, assim como o ex-governador Silval Barbosa, o ex-chefe de Gabinete, Silvio Corrêa e o coronel José Nunes Cordeiro, ex-secretário adjunto da Secretaria de Administração.
Por meio de nota, o ex-vereador Lúdio Cabal (PT) também se manifestou. Confira na íntegra:
NOTA DE ESCLARECIMENTO
1. Na manhã desta terça-feira (14/02), fui conduzido coercitivamente pela Delegacia Especializada de Crimes Fazendários e Contra Administração Pública para prestar depoimento na condição de informante, não de investigado;
2. Embora tenha recebido tratamento respeitoso de todos os servidores da Defaz, entendo desnecessária a determinação judicial de condução coercitiva, especialmente porque me apresentaria espontaneamente para prestar esclarecimentos caso fosse intimado;
3. Não há na investigação qualquer indício que aponte minha participação em desvio de recursos públicos;
4. Não existiu uma suposta dívida de R$ 1,7 milhão em combustíveis para a campanha à Prefeitura de Cuiabá em 2012 que teria sido paga com recursos públicos desviados;
5. As dívidas da referida campanha foram devidamente registrados na prestação de contas eleitorais, integralmente assumidas pelo Partido dos Trabalhadores com a anuência dos credores após a campanha, como determina a legislação, e posteriormente quitadas;
6. Todos os documentos de quitação das dívidas estão nos autos do processo de prestação de contas junto à Justiça Eleitoral, e estarei requerendo formalmente os mesmos para disponibilização à imprensa.
Popular 14/02/2017
Quem conhece Ludio sabe que é um homem do bem, correto, honesto e com trajetória política limpa e coerente!
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