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Cuiabá, 12 de Maio de 2024
12 de Maio de 2024

05 de Abril de 2011, 15h:46 - A | A

CIDADES /

Artigo do dia: Cuiabá de todos nós



WILSON CARLOS FUÁ

Ao completar 292 anos, esta terra formou gerações e gerações de cuiabanos, que souberam enfrentar com coragem e persistência o isolamento imposto pelas distâncias que este pais continental reservou para nós, e mesmo com grande sofrimento e dificuldade secular transformou esta cidade em uma grande mistura e hoje existe cuiabano de todas as cores, de todas as raças e de todas as fisionomias, com um mesmo sentimento de amor a esta terra mãe, pois cada um ao seu entendimento e ao seu modo de amar defende esta terra como verdadeiro filho.
É, Cuiabá! Neste seu aniversário ficamos esperando as surpresas do desembrulhar dos grandes presentes que você receberá, que serão as grandes obras para a Copa do Mundo de 2014 e daqui a oito anos estaremos com certeza preparando-a para festejar os seus trezentos anos, como você merece.
Na filosofia de vida do ser cuiabano não está o desejo de ser feliz, mas sim o viver feliz. Ser assim liberto da tristeza que não faz parte da nossa realidade, e isso é comprovado pelo bom humor, todos que chegam aqui recebem um apelido e passa a ser alvo de "gozação", a humildade é percebido pelo enorme sentimento de gratidão e de reconhecimento que são passados aos forasteiros.

Cuiabá não começou agora, todas as conquistas e avanços que foram adquiridos as duras penas e essas edificações magníficas que foram fincadas no alicerce de pedras e concretos, ali tem o suor e a mão deste povo, e mesmo com as tempestades de culturas pessimistas vindas de outras plagas do país foram capazes de destruir, e essa preservação e toda essa grandiosidade que foi transformada nossa querida Cuiabá, que apesar da inveja daqueles que não se integraram e não se misturaram com a nossa cultura, talvez pela falta de desarmar a alma invejosa ou por não saberem aproveitar as oportunidades que esta terra oferece ou por ter-se constituídos de eternas derrotas, ainda não entendeu que a oportunidade é apenas o resultado de sua escolha. Não gostou? Busque novos horizontes, porque as portas de saída estão escancaradas para aqueles que não amam Cuiabá.

Os forasteiros cometem o grande pecado ao chegar aqui, e pensar que são os donos do mundo e sai pelas ruas de Cuiabá, cometendo absurdos, ignorâncias, orgulhos, arrogâncias e vaidades, sem ao menos, medir ou pensar nas conseqüências. Seja sensato e não seja estúpido, Cuiabá não merece a sua revolta, neste aniversário abra seu coração e desarme sua alma; pense com inteligência, ainda não falaram para você que somos todos iguais perante a lei divina e a lei dos homens? A vida é tão bela e rápida, que não há tempo e nem permissão para que procedamos de outras maneiras, com falsos conceitos e inverdades.

Depois desta terceira ou quarta geração de cuiabanos, fico a pensar, como foi importante os nossos antepassados ter espalhados seus pedacinhos por toda parte desta querida Cuiabá, são tantos e tantos os pedaços, que não cabem num todo:

Pedaços de história dos nossos heróis que lutaram no Movimento Rusga pela liberdade do comércio e de livre pensamento; Pedaços de vida dos nossos famosos cuiabanos inseridos na história do país, como: Marechal Eurico Gaspar Dutra (Presidente da República do Brasil); Marechal Candido Mariano da Silva Rondon ( Considerado Mundialmente como o Patrono das Comunicações); Gov. Dante Martins de Oliveira ( Conhecido Nacionalmente como o Homem das Diretas Já, movimento pela redemocratização do país) e outros.

Pedaços de livros, músicas e trabalhos de homens que lutaram e lutam pela nossa Cultura como Rubens de Mendonça; Silva Freire; Mestre Albertino, Moises Martins; Lenine Povoas, Liu Arruda e outros.

Pedaços de alegria espalhada em cada rua e cada esquina, em cada bar, as noitadas cuiabanas são recheadas por gargalhadas e muitos Shopp's gelados com música ao vivo. Dizem que Cuiabá não dorme com olhos dos outros, porque dia e noite pulsa a vida. O amanhecer em Cuiabá é lindo, no teatro da boemia, os Garis misturam-se aos últimos boêmios das Avenidas do CPA e da Getúlio Vargas, e assim caminha o nosso dia-a-dia, vai a noite e vem o dia.

Pedaços das festas religiosas: São Benedito, Senhor Divino e São João, saudades dos sabores e cheiros do Chá com Bolo após as missas, lembranças dos bailes de Beleca e Juja, eram festas de fazer noite virar dia e dia virar noite.
Pedaços de tristezas pelos que se foram e pelos sofrimentos dos ficaram.

Pedaços da memória presente nesta nova geração com nova cultura e novos procedimentos de vida, e inclusive, pedaços armazenados e materializados de vidas passadas, carregados num coquetel gostoso de paz, amor, alegria e muita felicidade. Somos a continuidade de gerações que chegaram por aqui e para aqueles que acabaram de chegar, e vieram para ficar. Vocês que chegaram agora, e pretendem ficar para sempre, é só começar a esparramar seus pedacinhos por aqui, e logo-logo vocês verão Cuiabá como nós e passarão a sentir o gosto pela "cuiabanidade", e esses pedaçinhos (filhos e netos), farão de você um verdadeiro cuiabano e a partir daí, sempre haverá alguma coisa de familiar por perto de você, de repente quando você menos esperar Cuiabá já faz parte de você e você também já faz parte de Cuiabá .

É próprio dos cuiabanos espalharem por toda parte desta terra a virtude de ajudar e espalhar tudo de bom aos visitantes, fazendo com que as pessoas visitantes ou "chegantes" sintam melhor e fazendo com que tudo ao nosso redor se torne mais agradável, isso está na alma do cuiabano. Nesta terra são princípios culturais: dar um sorriso quando se recebe uma ofensa, abraçar quando o outro estiver transtornado, etc. Isto faz parte de nossa evolução espiritual, e esse convívio e mistura torna-se espontâneo e de forma natural controlada pelo sentimento.

Amo tanto este pedaçinho do mundo chamado Cuiabá, que se alguém me perguntasse:

Fuá, se algum dia houvessem um "tsunami" em Cuiabá, e as suas águas fossem destruir tudo de bom que existe aqui, qual seria a única coisa que você levaria?

- Logo eu diria, com certeza eu levaria as águas do Tsunami, assim nada seria destruído da minha querida Cuiabá.

Parabéns Cuiabá.

Wilson Carlos Fuá é economista e especialista em Administração Financeira e Recursos Humanos
[email protected]

 

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