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Cuiabá, 25 de Abril de 2024
25 de Abril de 2024

03 de Julho de 2020, 09h:35 - A | A

GERAL / "DECRETO É CONTRADITÓRIO"

Especialista: Rodízio de carros e pessoas não funciona na pandemia

"O problema não é segurar o veículo dentro de casa, a questão é segurar as pessoas”, aponta o arquiteto e urbanista, mestre em engenharia de transportes Rafael Detoni.

MAJU SOUZA
DA REDAÇÃO



O arquiteto urbanista e mestre em engenharia dos transportes, Rafael Detoni explicou ao que o novo decreto da Capital é contraditório por não oferecer soluções para população e indiretamente promover ‘aglomeração’ no transporte público. 

“Temos uma cidade vizinha, com circulação pendular. Ações como essa, primeiramente, devem ser pensadas no âmbito metropolitano. Se a intenção é evitar a circulação de pessoas não adianta fazer rodízio de veículos. O problema não é segurar o veículo dentro de casa, a questão é segurar as pessoas”, ressalta. 

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Publicado na quinta-feira (2), as novas medidas adotadas pelo prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), determina situações como rodízios de carros, divido pelo número das placas, e atendimentos em bancos, mercados, pelo último número do CPF.

RepórterMT/Reprodução

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O mestre em engenheira de transportes aponta falhas na execução do decreto.

“Impor um rodízio fará com que a pessoa busque outra forma de deslocamento. Ela irá partir para o transporte público, que hoje é um grande vilão, pois, não pode encher, tem risco de contaminação. A pessoas vão buscar o táxi e Uber, ou partirem para uma carona o mais provável em função do custo, gerando aglomeração no veículo. O efeito não surte resultado, por isso o rodízio se mostra ineficiente nesse caso”, explica.

Detoni aponta que o problema não é os números de placas e CPF, pois, em algum momento haverá uma combinação, mesmo que de formas mais restrita. A deficiência se encontra na falta de opções, para os outros dias, pois, muitos precisam se deslocar ao trabalho, e nesse ponto a teoria diverge da realidade, havendo falhas na aplicabilidade. 

“Impor um rodízio fará com que a pessoa busque outra forma de deslocamento. Ela irá partir para o transporte público, que hoje é um grande vilão, pois não pode encher, tem risco de contaminação. A pessoas vão buscar o táxi e Uber, ou partirem para uma carona que o mais provável em função do custo, gerando aglomeração do veículo. O efeito não surte resultado, por isso o rodízio se mostra ineficiente nesse caso”, explica Detoni.

“O decreto é contraditório por si só. A partir do momento que se propõe a restrição do uso do veículo, a Prefeitura precisa dispor para o cidadão outras maneiras de deslocamento, nesse caso pensa-se no transporte coletivo, mas é uma contradição. O próprio decreto diz que é proibido o embarque de pessoas sem portar o cartão transporto, ou mesmo que a pessoa tenha o cartão não pode estar sem crédito. Ai vem o primeiro problema, pois, essa pessoa que anda de carro e não é usuário do transporte coletivo, ele não dispõe de cartão”, explica.

Atualmente, não existem espalhados pela cidade pontos de venda e recarga de cartão. Essa atividade é limitada a MTU que está fechada para atendimento ao público, ou aos promotores de vendas em alguns pontos da cidade, sendo eles em sua maioria centrais. 

“Isso limita o acesso ao cartão transporte. A pessoa que não é usuário contumaz e vai fazer isso do transporte coletivo não consegue embarcar. Se ele embarcar sem o cartão ele fere o próprio decreto. O que acontece na prática? Vamos voltar antes da pandemia, para resolver essa situação a pessoa embarca, percorre um trecho dentro do ônibus, na parte da frente, até que o veículo chega em um ponto que tenha um promotor de vendas. Então ele viaja na parte da frente do ônibus, aquele espaço pequeno que é apertado, o que gera acúmulo de pessoas em pé. Em tempos de pandemia isso fere a questão do distanciamento social, o que não pode. Assim o cidadão fica sem opção”, indaga Detoni.

Existe a possibilidade, para aquele que tem o cartão que façam a recarga pelo celular, no entanto, o crédito demora de 36h-72h para cair no cartão. 

“A pergunta que se faz é porque não se estuda isso antes de colocar para população. Só se sabe disso quem vivência, quem anda de ônibus, quem experimenta o transporte coletivo. O decreto nem está em vigência e já foi praticamente suspenso, sob a alegação do prefeito de que precisa estudar melhor esse dois pontos… A tomada de decisão é feita por pessoas que não experimentam, consequentemente não conhecem como funcionam o processo”, afirma o mestre em transportes. 

 

 

 

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Fabiano 03/07/2020

A população reclama, reclama, mas não faz a sua parte, dai fica difícil né... Se fizer uma enquete com o seguinte titulo: "Você conhece alguém próximo ou distante de sua família, que faleceu em decorrência aos males causados pelo covid-19", a resposta pode ser espantosa! O governo do estado e prefeituras tem suas responsabilidades e não podem ficar omissas ao fato de que a disseminação do vírus esta circulando e infectando em grande escala logarítmica e real... Com tudo, outro fator claro é a falta de conscientização da população, é assombroso, chega a ser ridículo um ser humano não se preocupar com os seus, pessoas estão morrendo, entes queridos mortos e mesmo assim algumas pessoas agem sem a menor responsabilidade social... Fica aquela máxima, só sabe quem perdeu ou só vai aprender quando perder e nesse caso estamos falando de vida humanas!

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