MÁRCIA MATOS
DA REDAÇÃO
Em debate por videoconferência, promovido pelo portal UOL com os governadores do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB) , o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM) criticou a demora na liberação de recursos e insumos, pelo Governo Federal, para ajudar o Estado no combate ao coronavírus e a falta de coordenação nacional nas medidas restritivas, o que segundo ele, causou isolamento desnecessário em algumas localidades. O democrata também enfatizou sua preocupação sobre a insegurança que causa parte da população estar “de barriga vazia”.
“Existiu a descoordenação nacional em parâmetro daquilo que pode o que não pode fazer a partir de que momento do coronavírus em cada cidade. Aqui (Mato Grosso), cidades sem nenhum caso suspeito pararam tudo e sem a menor razão. Em decreto nós estabelecemos, seguindo as portarias do Ministério da Saúde, com base em conceitos de contaminação local quais são essas providências e sendo de transmissão comunitária que são de outro nível de providência. Mato Grosso tem 904 mil km² e cerca de 3 milhões de habitantes. Não posso dar o mesmo tratamento que São Paulo deu”, argumentou Mauro Mendes, pontuando que as medidas de isolamento mais severas têm que ocorrer com base em índice de contaminação e aglomeração populacional.
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“Vi vários gestores tomando decisões por pressão da mídia. Esse exagero foi por descoordenação. Todo mundo achou que a solução era parar tudo. Nós temos que cuidar para salvar vidas, mas não podemos arruinar a vida de milhões de brasileiros".
O governador ainda comentou que o bombardeio de informações das mortes na Itália levou à certa perda da racionalidade e levou gestores a determinar o isolamento total sem necessidade.
“Vi vários gestores tomando decisões por pressão da mídia. Esse exagero foi por descoordenação. Todo mundo achou que a solução era parar tudo. Nós temos que cuidar para salvar vidas, mas não podemos arruinar a vida de milhões de brasileiros. A virtude, nesse momento, está no equilíbrio, em tomar decisões sensatas”, destacou.
Diferente do governador do Rio Grande do Sul que estendeu as medidas de isolamento, Mauro ponderou que é preciso avaliar o momento da epidemia em cada cidade para que o fechamento total ocorra antes do que o necessário e exemplificou que se um município fecha tudo no primeiro caso constatado, não irá suportar as consequências econômicas e sociais quando houver 300 casos.
Sobre Mato Grosso ele ressaltou que o governo tem recebido ajuda da iniciativa privada em doações de cestas básicas e insumos, mas demonstrou preocupação com a demora na liberação de recursos federais.
Reprodução
Mauro Mendes participou de vioconferência com governadores do Rio Grando do SUl e Espírito Santo.
“A iniciativa privada começa a se apresentar e com isso a gente quer dar resposta mais rápida. Tem gente parada há 10 dias e isso vai trazer grandes transtornos. Precisamos ser mais rápidos, porque com a barriga vazia não sabemos como vão se comportar”, comentou.
Mauro Mendes disse que até agora, o que chegou a Mato Grosso foi pouco mais de R$ 6 milhões.