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Cuiabá, 25 de Abril de 2024
25 de Abril de 2024

13 de Dezembro de 2019, 14h:53 - A | A

NACIONAL / JUSTIÇA

Universidade proíbe denunciado por racismo de entrar em prédio

Medida vale apenas para o centro onde ocorreu o incidente e, segundo a instituição, não vai prejudicar as atividades acadêmicas do aluno. Danilo não tomou ciência do documento que impede a entrada nele no local porque não foi localizado pela instituição.

G1/BA



O estudante do curso de Ciências Sociais denunciado por racismo dentro do campus da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) foi afastado preventivamente do Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL), onde ocorreu o caso. A informação foi divulgada em nota nesta sexta-feira (13) pela instituição de ensino. O comunicado da UFRB diz ainda que Danilo não tomou ciência do documento que impede a entrada nele no CAHL porque não foi localizado pela instituição.

De acordo com a UFRB, foi expedida uma medida cautelar visando o afastamento preventivo do estudante das dependências físicas do CAHL.

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A instituição destacou, entretanto, que Danilo Araújo de Góis não terá prejuízo em suas atividades acadêmicas porque o curso regular de Ciências Sociais não tem aulas no CAHL. A matéria que ele fazia no local era optativa.

Segundo a universidade, o estudante também foi suspenso da residência universitária localizada na cidade de São Félix, vizinha a Cachoeira. Uma comissão interna foi formada para investigar se houve descumprimento de normas referente à moradia estudantil.

Na terça-feira (10), um estudante tentou invadir o quarto que Danilo dormia com um pedaço de pau na mão. A ação foi gravada pelos colegas de Danilo e, no vídeo, é possível ver o estudante dizendo que está consciente do que está fazendo e falando que não vai aceitar a atitude racista do colega.

Ainda de acordo com a UFRB, Danilo foi abrigado em uma instituição religiosa em Cachoeira, mas deixou o local na quarta-feira (11).

Depoimento do aluno

 

Danilo foi ouvido pela Polícia Civil na manhã de quinta-feira (12) na Central de Flagrantes, em Salvador. Conforme o delegado João Mateus, que investiga o caso, o suspeito negou racismo e disse que não pegou a prova da mão da professora por “questão de energia”.

Em entrevista ao G1, o delegado informou que Danilo disse durante o depoimento que o caso não passou de um "mal-entendido" e que ele não costuma pegar objetos na mão de pessoas desconhecidas por "questões particulares em relação a religião".

“Ele se predispôs a ser ouvido e, na verdade, ele negou ter praticado a atitude racista e disse que não passou de um mal-entendido, porque ele é uma pessoa sensitiva, ele tem algumas questões particulares em relação a religião dele, que ele lê muito a bíblia e lê muito cânticos e ele tem uma hipersensibilidade”, disse o delegado.

“Ele disse que se sente mal se aproximando de qualquer pessoa, então evita entrar em contato e pegar coisas das mãos de quem ele não conhece e tocar em pessoas que ele não conhece porque ele se sente mal muitas vezes quando faz isso”, concluiu o delegado João Mateus.

Ainda segundo o delegado, Danilo Góis disse que não falou nada ofensivo para a professora Isabel Cristina Ferreira dos Reis e em relação a cor de pele dela. O estudante contou que passou por uma situação parecida uma semana antes e que o caso não foi considerado racismo porque a professora não era negra.

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