KAROLLEN NADESKA
DA REDAÇÃO
O delegado Carlos Eduardo Muniz, que investiga o caso “Zuilda”, a enfermeira que foi morta e teve o corpo desovado em um bueiro em Sinop (501 km distante de Cuiabá), trabalha com a linha de investigação de que o empresário Ronaldo da Rosa, marido da vítima, e o policial militar, Marcos Vinicius Pereira Ricardi, funcionário da família, agiram mesmo em conluio para matar a enfermeira no dia no último dia 27.
O motivo do crime, entretanto, é outra incógnita dessa investigação.
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As investigações começaram a avançar na última sexta-feira (11), com a prisão efetiva do esposo de Zuilda Correia Rodrigues, de 43 anos. Ele estava escondido na casa de um amigo na cidade, no bairro Camping Clube. Mas a Polícia Civil montou campanha por mais de 10 horas no local e conseguiu prender o suposto assassino que havia comprado um carro de passeio para fugir da cidade.
Após isso, o delegado explicou que a investigação policial caminha para tentar corroborar a versão já confessada, com a apreensão de materiais indutivos do dia da cena do crime. O carro da vítima, uma SW4 escura é a principal prova material.
“A conclusão do homicídio é baseada até o momento na versão do outro envolvido. Como ele ficou em silêncio, agora caberá a nós verificar se essa versão já passada à polícia será corroborada pelas provas materiais. Ou seja, precisamos de elementos, técnicos para comprovar tudo aquilo que tem acontecido dentro do veículo SW4 preto”, explica Carlos Muniz.
O delegado afirma que a força-tarefa trabalhará incansavelmente para trazer “a verdade” sobre a morte da vítima.
“Faremos o possível para juntar todas as provas necessárias para a correta versão dos fatos”, ao mencionar o trabalho de inteligência técnica.
A tese de que Ronaldo tenha sido o mandante e parcialmente executor é confrontada com sua decisão de permanecer calado na delegacia.
Dessa, forma subtende-se que o suposto assassino tenha ‘assumido’ a culpa.
“Ele cometeu diversas ações que demostraram que ele queria se furtar dessa ação”, acrescenta o delegado sobre a acusação de espancamento e ocultação de cadáver que pesam sobre o empresário.
Além desses crimes, Ronaldo deverá responder judicialmente pela qualificadora feminicídio, que se enquadra no crime de homicídio. São tratados casos de feminicídio quando a pessoa é morta pelo simples fato de ser mulher.
“Feminicídio. Porque, segundo a conclusão da equipe policial, a Zuilda foi morta pela sua condição de mulher, ou seja, caracteriza claramente o delito. E a ocultação, porque ele tentou desfazer desse cadáver”, afirma o delegado.
O delegado afirmou que com a fuga do então autor ficou demostrado que o “álibi” do empresário era fraco, diante de um boletim de ocorrência em que ele registra sobre o desaparecimento da esposa. Tanto o marido quanto o PM devem ser indiciados pelos crimes de espancamento, homicídio doloso (quando há intenção de matar) e ocultação de cadáver. O marido ainda deve ser imdiciado por queixa falsa.
"Quando a pessoa faz esse tipo de situação com tantas provas dentro do veículo, isso para mim não é frieza, é desespero. Demonstra que os criminosos não tiveram preocupação com o resultado do que fizeram", disse o delegado.