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Cuiabá, 25 de Abril de 2024
25 de Abril de 2024

06 de Outubro de 2019, 07h:55 - A | A

OPINIÃO / GIANA BENATTO

Sexagenária ou sexygenária

Cuidam de suas famílias, mas preferencialmente cuidam se si próprias antes.



Uma das melhores coisas em conversar, pesquisar e escrever sobre maturidade é a liberdade que as pessoas vão adquirindo com o passar dos anos em contar sobre suas vidas, projetos, experiências e vivências. Final da década de 90 e início dos anos 2000 as rodas de discussão de sexualidade na maturidade começaram a ganhar corpo, nomes e caras.

Não que ainda fossem tabus, porém não eram comuns, sendo mais utilizadas no meio acadêmico e alguns programas de televisão ditos de vanguarda. Não que se acredite que 'senhoras de mais idade' não conversassem sobre sexo em suas rodas sociais, ao contrário. Entretanto, com o envelhecimento de artistas conhecidas, modelos, e outras formadoras de opinião - sem esquecer as discussões feministas sobre o assunto - acompanhado pela mídia o assunto recebeu maior visibilidade.

Parece que houve a descoberta de mulheres desprovidas de vergonha de falar abertamente de sexo depois dos sessenta anos. Mulheres, não apenas desembaraçadas de falar sobre o tema, mas de assumirem gostar, praticarem muito (parceiros múltiplos) e estarem em busca de auxílio médico (reposição hormonal, se possível) ou novidades - de lubrificantes a acessórios sexuais - para se satisfazerem e a seus parceiros. Além disso, assumirem também o gosto por parceiros mais jovens.

Quem são essas mulheres no mundo real? Onde estão? Bem, são mulheres comuns, mães, avós, donas de casa, empresárias, professoras, servidoras públicas, políticas, qualquer uma entre tantas. Viúvas, divorciadas ou solteiras. Mulheres decididas. Há ainda quem não goste de conversar sobre o tema. Sinta vergonha de se expor ou mesmo de ter sua intimidade revelada. Porém, em se tratando de perguntas abertas, sobre gostar, fazer, se sentir plena para o sexo, sim, a resposta é positiva. Algumas respondem que a plenitude da idade lhes deu mais confiança e conhecimento dos próprios desejos.

Outras, embora refutem a ideia de novo parceiro dividindo a escova de dentes e com roupas na gaveta da cômoda, não se importam de manter atividade sexual independentemente do relacionamento. Todavia, bem interessante citar, são as mulheres, que apesar dos rótulos tão comuns da idade, se sentem sexy ou mais, sexygenárias. Independentemente de cirurgias rejuvenescedoras e procedimentos anti-age, muitas mulheres afirmam que a maturidade lhes deu inteligência e liberdade para se reconhecerem como pessoas que se sentem bem consigo mesmas, que conhecem seus corpos e suas necessidades.

Gostam do jogo da conquista, mas preferem estar bem com elas mesmas, física e mentalmente e que esta segurança se reflete exteriormente, fazendo com que a definição de ser sexy também lhes alcancem. “A capacidade de seduzir não está relacionada ao que vestimos ou desejamos mostrar ao mundo exterior. Ela está muito mais ligada com a maneira como nos sentimos intimamente, com a autoconfiança”, explica a psicóloga Maria da Glória Hazan, pesquisadora da PUC-SP, em reportagem ao UOL - São Paulo*. São mulheres vivazes que malham em academias, praticam esportes de rua, buscam qualidade de vida e autoconhecimento. Continuam ativas física e socialmente.

Cuidam de suas famílias, mas preferencialmente cuidam se si próprias antes. São mulheres para as quais o rótulo de sexagenárias ou sessentonas não passa de piada de gosto duvidoso. Elas sabem a idade que têm, reconhecem o passar dos anos, porém estão certas que ainda há muitos "hoje e amanhãs" em suas vidas.

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