KEKA WERNECK
DA REDAÇÃO
O teto da casa 594 na rua Ricardo Franco, em Cuiabá, próximo à tradicional praça da Mandioca, caiu, sem chuva nem vento, de repente, a meio metro de quatro moradores.
Lurdes Peixoto, de 82 anos, que estava saindo para o banco, teve que dar passos atrás para não ser atingida. “Meus documentos, que eu ia levando, ficaram debaixo de escombros”, conta ela. “Foi uma situação muito perigosa”.
Na tarde desta sexta-feira (10), por volta das 14 horas, após um barulho “terrível”, a dona da casa, a aposentada Lurdes Peixoto, de 82 anos, que estava saindo para o banco, teve que dar passos atrás para não ser atingida. “Meus documentos, que eu ia levando, ficaram debaixo de escombros”, conta ela. “Foi uma situação muito perigosa”.
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A casa é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico (Iphan), desde 2003, e passou por uma reforma há dois anos.
Familiares da dona Lurdes afirmam que essa reforma foi muito mal feita e quando entregue fizeram reclamações sem sucesso. Por causa disso, agora pretendem acionar o Iphan.
Não é a primeira vez que esta casa dá problemas. Dona Lurdes conta que desde 1982 quando comprou o imóvel, onde vive com filhos e netos, enfrenta goteiras e vazamento no porão.
Não é a primeira vez que esta casa dá problemas. Dona Lurdes conta que desde 1982 quando comprou o imóvel, onde vive com filhos e netos, enfrenta goteiras e vazamento no porão.
Uma casa tombada, conforme ela, tem limitações para obra. Não pode mexer na fachada e na parte interna até pode mas também com ressalvas. Por isso, os moradores de casas tombadas ficam à mercê de decisão federal para reformar.
Segundo ela, é importante manter o patrimônio, mas quem está dentro dos imóveis velhos, morando, também precisam resolver esses problemas que ocorrem.
O tentou falar com o Iphan para saber como recebe esta notícia sobre o desabamento do teto, após reforma tão recente, mas não conseguiu fazer contato até fechamento desta matéria.
É público e notório que o centro histórico de Cuiabá tem problemas de conservação. A capital mato-grossense nunca tinha sido inserida em programa federal de recuperação arquitetônica.
O secretário de Cultura de Cuiabá, Alberto Machado, explica que ano passado isso mudou e o PAC cidades históricas irá pagar R$ 10,5 milhões em obras.
O secretário de Cultura de Cuiabá, Alberto Machado, explica que ano passado isso mudou e o PAC cidades históricas irá pagar R$ 10,5 milhões em obras.
Boa parte dos empreendimentos, segundo ele, já estão em fase de licitação, mas nenhum ainda em andamento.
Serão recuperados 16 “aparelhos”, ou seja, conjuntos históricos. O programa vai contemplar praças e casarões.
Serão recuperados 16 “aparelhos”, ou seja, conjuntos históricos. O programa vai contemplar praças e casarões.
“É muito importante preservar o centro histórico de qualquer cidade minimamente preocupada com seu futuro, porque só se tem responsabilidade com o futuro, tendo também responsabilidade com seu passado, para que seja preservada a vida daqueles que por aqui passaram até os dias de hoje”, comenta o secretário.
Cuiabá tem quase três séculos de história e, na visão dele, isto é uma riqueza cultural indispensável para a cidade ser o que é.