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Cuiabá, 13 de Maio de 2024
13 de Maio de 2024

27 de Setembro de 2015, 08h:00 - A | A

GERAL / EXEMPLOS DE DEDICAÇÃO

Professores da rede estadual são voluntários em aulas preparatórias para o Enem

Reforço aos sábados de português, redação e amizade. Uma lição para a vida toda. A ideia é também elevar a auto-estima e fazê-los acreditar que “podem” conquistar o que desejam.

KEKA WERNECK
DA REDAÇÃO



João Gabriel, de 17 anos, mora no bairro Santa Isabel, periferia de Cuiabá, é filho de família de baixa renda e com grave problema social, que ele preferiu não expor qual é. A vida toda estudou em escolas públicas e agora, a apenas um mês de passar pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), dias 24 e 25 de outubro, sabe que faz parte de um público jovem menos favorecido.

O professor Jackson Regis voluntariamente está organizando aulas extras, para fortalecer uma turma de 100 alunos, na qual ele acredita, por também ter potencial para ser um profissional de sucesso no futuro.

Ele é apenas um dos 100 alunos do terceiro ano da Escola Estadual Ulisses Cuiabano, no bairro Jardim Cuiabá, que estão recebendo apoio voluntário e especial do professor Jackson Regis. O professor voluntariamente está organizando aulas extras, para fortalecer uma turma na qual ele acredita, por também ter potencial para ser um profissional de sucesso no futuro.

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“Para isso, precisam se sair bem no Enem agora”, destaca o professor.

Até junho, ele, que leciona Língua Portuguesa e Redação, fez simulados com os alunos do Ulisses Cuiabano, que se se dividem em três turmas. “Cheguei a corrigir 400 redações, sem cobrar nada por isso”, destaca.

Até junho, ele, que é professor de Língua Portuguesa e Redação, fez simulados com os alunos do Ulisses Cuiabano, que se se dividem em três turmas. “Cheguei a corrigir 400 redações, sem cobrar nada por isso”, destaca o professor que prepara os jovens para o Enem

Na opinião dele, as provas de Português e Redação podem elevar ou derrubar o aluno.

“Para ir bem nessas provas, tem que ler, tem que escrever, tem que buscar conhecimentos gerais, ter cultura ampla, e nisso é que eles são mais frágeis”, observa.

Em relação à inteligência e ao potencial dos alunos, Jackson assegura que “não deixam a desejar nada para ninguém, o que não têm é oportunidades”.

Por isso, a ideia é também reforçar a auto-estima e fazê-los acreditar que “podem” conquistar o que desejam.

João Gabriel, por exemplo, tem um foco: passar em Direito na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

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Professor Jackson dá aula de amizade também.

Ele estava trabalhando, mas deixou o serviço, porque a avó recebeu um dinheiro e pagou cursinho intensivo para ele.

“Estou estudando o dia todo, me esforço muito, espero que o resultado seja positivo”, diz o aluno. “Sou cristão e toco na Igreja, mas até isso tive que renunciar um pouco”.

Na Escola Estadual Pascoal Ramos, que fica em bairro de mesmo nome em Cuiabá, deu início no dia 15 de setembro o "Projeto interdisciplinar Enem 2015", com os alunos que cursam o terceiro ano.

O diretor da escola, professor Welson Mesquita, explica que nos encontros os professores ministram, também voluntariamente, aulas, resolvem e comentam exercícios das provas das edições anteriores, além de realizarem simulados. "Essa é uma grande oportunidade de mostrar à comunidade o comprometimento da escola com o processo ensino-aprendizagem de seus estudantes", destaca.

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Alunos do terceirão na Escola Estadual Ulisses Cuiabano estão no páreo.

Em uma sala típica de escola estadual, os alunos sonham inclusive em mudar o rumo da sua história, já que são todos eles são filhos de famílias de baixa renda.

O voluntariado também está forte no Liceu Cuiabano. Aos sábados os alunos do terceiro ano, cerca de 300, reforçam a redação e na semana de 5 a 9 de outubro, vão assistir palestras preparatórias durante todo o dia.

“É uma doação de tempo e empenho dos nossos excelentes professores em favor de nossos alunos”, explica a diretora do Liceu, Patrícia Carvalho.

Mediante este esforço coletivo, o  estudante João Gabriel explica o que eles sentem, ao serem apoiados desta forma. “Sinto-me valorizado, como se estivessem investindo na gente e não nos abandonado”, agradece.

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