RAFAEL DE SOUSA
DA REDAÇÃO
Um relatório do Conselho de Justificação do Corpo de Bombeiros aponta que a tenente Izadora Ledur Souza Dechamps, acusada de torturar e matar o aluno Rodrigo Claro (21 anos) durante um treinamento na Lagoa Trevisan, reúne condições para continuar trabalhando.
O conselho, composto pelo tenente-coronel Lahel Rodrigues da Silva Major (presidente) o major Mario Henrique Faro Ferreira (relator) e o capitão Donato Coelho de Almeida (escrivão), é o responsável por julgar se um militar tem condições ou não de permanecer na corporação. A decisão proferida no dia 20 de fevereiro foi anexada ao processo criminal da tenente que tramita na 11ª Vara Militar de Cuiabá, sob responsabilidade do juiz Marcos Faleiros.
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A tenente era acusada administrativamente de ter sido negligente durante o treino com os alunos, por não ter tomado os devidos cuidados ao deixar Rodrigo Claro sair do local de treinamento com fortes dores de cabeça sem que houvesse acompanhamento médico, além de ter sido imprudente ao exigir que Rodrigo tivesse habilidades que não faziam parte da ementa da disciplina. Das cinco acusações, Ledur foi inocentada em quatro delas.
"É culpada da acusação de ter desferido golpes com nadadeiras em alguns alunos, conforme análise realizada. [...] Salvo melhor juízo, reúne condições de permanecer na ativa do Corpo de Bombeiros", destaca trecho da decisão.
Izadora Ledur, que retornou ao trabalho após uma série de atestados médicos, atua no setor administrativo da Diretoria de Segurança Contra Incêndio e Pânico. Ela deve depor sobre o caso no Fórum de Cuiabá na próxima terça-feira (16).
Relembre o Caso
Rodrigo Claro era aluno do Curso de Formação de Soldado Bombeiro e morreu no dia 15 de novembro de 2016. Ele passou mal durante aula prática de primeiros-socorros aquáticos na Lagoa Trevisan, em Cuiabá, quando a tenente Izadora Ledur atuava como instrutora.
De acordo com a denúncia feita pelo Ministério Público, a vítima demonstrou dificuldade para desenvolver as atividades.
Diante da situação, a tenente utilizou métodos abusivos nos treinamentos para puni-lo.
Depoimentos colhidos durante a audiência indicam que Rodrigo foi submetido a intenso sofrimento físico e mental.
O MPE denunciou o "perfil perverso da tenente como instrutora".
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Marco 13/04/2019
Que Conselho é esse? Vergonha, Vergonha.... Será que não vai ter Justiça mesmo? Cadê o MP? Que país é esse.
Parabéns 13/04/2019
Justiça seja feita, estão a crucificando injustamente. Estão querendo formar incapazes prata proteger os próprios cidadãos. Não teve erro, teve fatalidade, pressionar para superar as dificuldades é normal, nos bombeiros PMs e forcas armadas ,.
2 comentários