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Cuiabá, 05 de Maio de 2024
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10 de Junho de 2022, 17h:03 - A | A

GERAL / CASO ISABELE

Mãe aponta violação de provas periciais: 'Perdi uma batalha, não a guerra'

Patrícia Guimarães, mãe de Isabele, se reuniu com o procurador na tarde desta quinta-feira (09), após a Justiça mandar soltar a adolescente e ainda desqualificar o crime de homicídio doloso.

DAFFINY DELGADO
DO REPÓRTER MT



A empresária Patrícia Guimarães Ramos afirmou, em entrevista nessa quinta-feira (09), que “perdeu uma batalha, mas não a guerra” e que não vai desistir de fazer Justiça pelo assassinato da filha, Isabele Ramos, de 14 anos, alvejada no rosto pela melhor amiga, no Condomínio Alphaville I, em Cuiabá, em 2020.

“É certo que eu perdi essa batalha, mas eu não perdi a guerra. Eu vou continuar lutando pela Justiça, vou continuar acreditando que ela existe e eu penso que tudo que eu fizer, não vai ser em vão”, declarou em entrevista à rádio Agora Conti.

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Isabele foi morta em julho de 2020, no banheiro da casa da amiga B.O.C., hoje com 16 anos. Na noite de quarta-feira (08), a 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso acatou recurso e mandou soltar a menor, internada no Centro Menina Moça, anexo ao Complexo do Pomeri, desde o dia 19 de janeiro de 2021. Além disso, o judiciário alterou a acusação de crime análogo a homicídio doloso - com intenção de matar - para homicídio culposo.

Segundo Patrícia, a mudança na qualificação do crime violou as provas periciais apresentadas, assim como todo o trabalho feito pela Polícia Civil no inquérito.

"Recebi bem emocionada, surpresa e com muita tristeza essa infeliz decisão, na minha opinião. Eu não sei com base no que, se foi uma opinião pessoal ou se embasado em qual fundamento, mas o certo é que todas as provas periciais foram violadas, elas foram desconsideradas. É como se todo o trabalho desse tempo todo fosse jogado no lixo", desabafou.

Na quinta-feira, a empresária se reuniu com o procurador de Justiça da Infância e da Adolescência de Mato Grosso, Paulo Prado, para pedir que o Ministério Público recorra da decisão.

"Foi muito boa a reunião que tive com o doutor Paulo Prado, porque eu só tenho condições de recorrer mesmo na figura dele, na figura do Ministério Público que ele representa hoje. E eu não posso perder a esperança. Foi justamente a respeito disso que conversamos”, disse.

O que vale a vida dela?

Muito abalada com a decisão da Justiça de Mato Grosso, Patrícia questionou na entrevista "o que vale a vida da filha dela, Isabele". Ela ainda avaliou que a pena máxima aplicada no Brasil para menores infratores, que corresponde a 3 anos de detenção, é muito curta.

“O que vale a vida da minha filha, né? Eu já estava me preparando para que isso um dia acontecesse, eu sabia que ela ia sair, porque no final das contas, três anos é muito pouco para o que ela merece. Porque ela tirou a vida de uma garotinha inocente, amada, inteligente e que tinha um futuro brilhante pela frente”, questionou

“Eu não vou conseguir trazer a minha filha de volta nunca e isso é uma coisa que eu evito falar muito no dia a dia. Eu evito pensar, para mim é muito difícil ter que chegar em casa e não ter a presença dela e de ter que ficar lembrado e retomando essa história”, completou Patrícia.

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