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Cuiabá, 25 de Abril de 2024
25 de Abril de 2024

12 de Março de 2020, 16h:18 - A | A

GERAL / TORTURA E MORTE

Ledur diz que aluno tinha descontrole com água e não podia mais ensinar

Tenente do Corpo de Bombeiros é ouvida pela Justiça Militar no processo que responde pela morte de Rodrigo Claro

DA REDAÇÃO



 Tenente do Corpo de Bombeiros, Izadora Ledur, acusada de torturar e causar a morte do aluno bombeiro Rodrigo Claro, em dezembro de 2016, afirmou que ele tinha “descontrole emocional com a água”, que deu toda a ajuda para superar os problemas, mas que próximo à formatura não podia mais ficar ensinando. Ela presta depoimento, pela primeira vez em juízo, na 11ª Vara Especializada da Justiça Militar, em Cuiabá, nesta tarde.

Ledur diz que o aluno apresentou “descontrole” ao longo do curso por diversas vezes e alega que tentava ajudá-lo a se acalmar. Ao contrário dos depoimentos dos colegas de Claro, que afirmaram que Ledur perseguia o apontaram as ações que foram classificadas como tortura, a tenente diz que tentava trabalhar os problemas que ele tinha.

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“Quem tem fobia não coloca o rosto na água. Não era o caso do Claro. Às vezes, faltando dois metros (para concluir o percurso), ele desistia. Ele era alguém que tinha um descontrole”.

A tenente, responsável pelo treinamento, afirma que em aula anterior à qual Rodrigo Claro passou mal, ele aparece no vídeo “descontrolado sozinho”. “Essas características eram trabalhadas na instrução. A gente fornecia todas as condições de ajudar ele se acalmar”.

Entretanto, apesar da ajuda que diz ter sido proporcionada ao aluno, afirmou que com o passar do tempo, “perto de formar, não podemos mais ficar ensinando”. “Ele sempre apresentou esse descontrole emocional. Eu precisava que ele demonstrasse mais força. Que ele tomasse uma atitude que não fosse de parar, que agarrasse em mim”.

Mãe de Claro, Jane Patrício Lima Claro, postou na manhã de hoje, em suas redes sociais, que estava marcada para hoje a audiência “onde a pessoa causadora de tanta dor e sofrimento em nossas vidas” seria ouvida. “Senhor, que sua Justiça prevaleça, mas que a do homem também aconteça”, disse a mãe.

Entenda o caso

O Ministério Público do Estado de Mato Grosso denunciou a tenente Izadora Ledur de Souza Dechamps por crime de tortura com resultado morte do aluno Rodrigo Patrício Lima Claro. Além dela, outros 5 militares também foram denunciados pelo mesmo crime.

De acordo com a denúncia, no dia 10 de novembro de 2016, durante o treinamento de atividades aquáticas, na Lagoa Trevisan, em Cuiabá, Rodrigo foi submetido a “intenso sofrimento físico e mental com uso de violência”. A atitude teria sido a forma utilizada pela tenente Izadora Ledur para punir Rodrigo por ele ter apresentado mau desempenho nas atividades dentro da água..

O MPE destacou na denúncia que, apesar de apresentar excelente condicionamento físico, o aluno demonstrou “dificuldades” para desenvolver atividades como flutuação, nado livre, entre outros exercícios.

Durante depoimento na fase de inquérito, um dos colegas de Rodrigo Claro relatou que em um determinado momento do treinamento ele estava com a cabeça baixa, reclamando de muita dor de cabeça, olhos vermelhos e vomitando água e que, mesmo assim, as atividades não foram interrompidas. “O aluno chegou a se jogar no chão na posição fetal e com as pernas encolhidas por não conseguir ficar em pé. Nesse momento, a tenente teria humilhado-o perante todos”, diz a denúncia.

“Os métodos abusivos praticados pela instrutora consistiram tanto de natureza física, por meio de caldos com afogamento, como de natureza mental utilizando ameaças de desligamento do curso com diversas ofensas e xingamentos humilhantes à vítima menoscabando sua condição de aluno”, diz um trecho da denúncia.

Rodrigo foi autorizado a deixar o treinamento, mas teve que voltar sozinho para o Corpo de Bombeiros, no bairro Verdão, com sua moto. No loca do treinamento não havia nenhuma ambulância para prestar socorro e também. Ao chegar ao batlahão, foi levado para a UPA Verdão, onde passou a convulsionar. Foi transferido para um hospital particular devido à suspeita de que ele estivesse manifestando um quadro de Acidente Vascular Cerebral. Ele foi submetido uma cirurgia de emergência para tentar reverter o seu quadro clínico que foi relatado pelo neurocirurgião como grave, mas foi encaminhado para a UTI, onde morreu cinco dias depois.

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marcia 13/03/2020

quem será que esta dando dislike?????

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ana 13/03/2020

Essa tenente tem que ser presa, indenizar a família do jovem. Justiça

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Maria Auxiliadora Cândida Souza 13/03/2020

Aí a instrutora resolveu matar o menino? Doninha, é a sua palavra, dos seus coleguinhas contra as palavras dos alunos, inclusive dos que foram submetidos a tortura e sobreviveram! Espero, sinceramente, que seja feita justiça, não apenas para o garoto que teve sua jovem vida ceifada por um grup de psicopata liderado pela psicopata mor, mas tb pelos.jovens feridos e pelos que virão a fazer este treinamento.

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joana 12/03/2020

ele podia ter descontrole mas não justifica a provavel tortura e consequente morte. a sociedade esta de olho e quer uma condenação.

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José 12/03/2020

Essa Senhora precisa ser presa, bem como perder o cargo público. Deverá ainda indenizar a família da vítima. Chega de impunidade neste Estado.

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José 12/03/2020

Essa Senhora precisa ser presa, bem como perder o cargo público. Deverá ainda indenizar a família da vítima. Chega de impunidade neste Estado.

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6 comentários

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