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Cuiabá, 06 de Maio de 2024
06 de Maio de 2024

01 de Janeiro de 2016, 07h:55 - A | A

GERAL / ORGULHO DE MT

Flauta Mágica completa 18 anos mudando a vida de crianças e adolescentes

Mais de 4.500 matriculados em situação de risco, em contato com a música e dança, enxergam uma outra forma de viver.

KEKA WERNECK
DA REDAÇÃO



Denis Santos, hoje com 28 anos, é a matrícula 001 do Instituto Flauta Mágica que iniciou há 18 anos no bairro Jardim Vitória, periferia de Cuiabá.Na época ele tinha 11 anos, morava com a avó e estava entre crianças e adolescentes da região em situação de risco social.

“A música mudou minha vida, tive e tenho muitas oportunidades no projeto. Fui a uma turnê na França, aprendi muito. Meus amigos de infância, muitos deles, estão presos, são usuários de drogas ou morreram na criminalidade”, destaca Denis, que ainda toca flauta no grupo.

“A música mudou minha vida, tive e tenho muitas oportunidades no projeto. Fui a uma turnê na França, aprendi muito. Meus amigos de infância, muitos deles, estão presos, são usuários de drogas ou morreram na criminalidade”, destaca Denis, que ainda toca flauta no grupo. Casado, pai de uma filha, ele trabalha como motoboy, mas a paixão pela música continua grande.

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Denis é um dos 4.500 contemplados pelo projeto, que, nesses 18 anos, transformou a vida de 4.500 crianças e adolescentes igualmente em situação de risco.

O projeto chegou à maioridade em 2015 com a gravação de DVD gravado, durante uma turnê pela Europa. O DVD agora está sendo comercializado.

O projeto chegou à maioridade em 2015 com a gravação de DVD gravado, durante uma turnê pela Europa. O DVD agora está sendo comercializado.

Em quase duas décadas, foram centenas de apresentações e muito esforço coletivo, até a consolidação do projeto como uma das iniciativas mais importantes de Mato Grosso, aliando arte e ação social.

Pela seriedade, é financiado atualmente pela Unesco, através do Criança Esperança, da Rede Globo, extensivo aos anos de 2016 e 2017.

No início eram apenas 40 alunos, hoje os 800 matriculados têm acesso às aulas de balé, canto coral e flauta doce, no período inverso ao que vão à escola. Para participar da iniciativa, isso é regra: estar matriculado e frequentando as aulas. Outra restrição é manter distância das drogas. “Fora isso, mais nada, porque nem matrícula e nem mensalidade têm que pagar”, destaca o regente e coordenador do projeto, Gilberto Mendes.

Estar matriculado e frequentando as aulas. Outra restrição é manter distância das drogas. “Fora isso, mais nada, porque nem matrícula e nem mensalidade têm que pagar”, destaca o regente do projeto

Ele se lembra que tudo começou com pouco dinheiro, mas uma grande certeza de que a arte é transformadora. “Tudo isso a que eles têm acesso muda muito a cabeça deles. Por exemplo, quando a gente ensaia uma música do Tom Jobim, os professores explicam a letra e a música e eles mergulham no universo Jobim. Também damos formação ética o tempo todo, relações pessoais”, ressalta o regente.

Em 2014, a Orquestra e Coral do Instituto Flauta Mágica fizeram uma turnê para Alemanha, Áustria e Suíça, em um intercâmbio musical, viabilizada pelo Programa de Apoio à Cultura (PROAC 2014). A primeira vez que a iniciativa saiu do Brasil foi em 2004, se apresentando na França, onde participaram de um Festival de Música Orquestral e conseguiram contatos com maestros, que ajudaram na realização desta nova empreitada.

No repertório preparado para a Europa, os clássicos Bach, Mozart, Schubert, Heitor Villa Lobos entre outros, e de compositores da Música Popular Brasileira (MPB), como Pixinguinha, Tom Jobim, Gilberto Gil, Milton Nascimento e Edu Lobo. O som trabalhado na periferia de Cuiabá encantou Munique, Salzburg, Viena, Nuremberg e Basel.

Veja o vídeo sobre a turnê.

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