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Cuiabá, 13 de Maio de 2024
13 de Maio de 2024

14 de Fevereiro de 2015, 15h:45 - A | A

GERAL / CARNAVAL SEGURO

Com 5,6 mil casos de Aids em MT, Saúde alerta para uso de preservativo na folia

Período em que sexo fica mais permissivo é arriscado para várias doenças venéreas. Confira quais

KEKA WERNECK
DA REDAÇÃO



Mais de 5,6 mil pessoas têm Aids em Mato Grosso. Elas foram diagnosticadas, após desenvolverem a doença, que é uma das de mais difícil controle no mundo. Esses casos foram registrados, entre 2007 e 2014, pela Secretaria de Estado de Saúde (SES).

Os jovens, de 15 a 29 anos, representam 26,52% das notificações. Mais 1.497 pessoas nesta faixa etária em todo estado convivem com esta doença. Cuiabá, Rondonópolis e Várzea Grande lideram em número de registros.

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Em época de carnaval, a Vigilância Epidemiológica da SES, que faz o controle de todas as enfermidades que possam acometer a população de Mato Grosso, adverte para o risco de contaminação em uma época em que o sexo torna-se mais permissivo.

“É fato que durante o carnaval as pessoas ficam mais expostas e vulneráveis à Aids”

, avisa a coordenadora de Vigilância Epidemiológica da SES, Flávia Guimarães Dias.

Para evitar a contaminação, é indispensável o uso de preservativo. A Vigilância Epidemiológica informa que sexo oral também traz riscos e indica usar camisinha também durante esta prática. As outras formas de amor, como o beijo, são seguras. Estudos garantem isso.

Um problema é que, segundo dados da Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas na População Brasileira (PCAP), do Ministério da Saúde, 45% da população sexualmente ativa do país não usaram preservativo nas relações sexuais casuais nos últimos 12 meses.

O Governo Federal encaminhou 3 milhões de preservativos para distribuição em Mato Grosso este ano. A SES assegura que são 100% confiáveis, tanto quanto os vendidos em farmácias, que custam em torno de R$ 3.

É fácil pegar preservativo em postos de saúde e na época de carnaval vai ter distribuição em locais de festa, bares e na Praça da Mandioca.

A coordenadora da Vigilância Epidemiológica adverte que além das 5,6 mil pessoas que já desenvolveram a Aids há também muita subnotificação, ou seja, portadores do HIV, que não desenvolveram a doença, e que, por causa disso, não estão registrados no sistema.

Não havia a exigência de notificação dos casos de portadores do HIV. Uma portaria do Ministério da Saúde de dezembro de 2013 mudou isso, fazendo constar no sistema o número de doentes e também de portadores. Mas, conforme a coordenadora Flávia, somente em dezembro do ano passado foram criados mecanismos para efetivação na prática desta determinação ministerial.

Uma pessoa com Aids é obrigada a tomar medicamentos todos os dias, os chamados coquetéis, que são acessíveis, por conta da política de saúde para a Aids no Brasil, que é referência internacional, porém o problema é que isso é para a vida toda, ou seja, um compromisso do qual não se pode esquecer nem por um dia, caso contrário o risco é a morte.

O Governo afirma que também vai disponibilizar pontos de teste rápido, que dá o resultado na hora. Em caso de positivo, outro exame de outra é feito imediatamente para confirmação diagnóstica.

Flávia também destaca que é preciso se proteger também contra todas as doenças sexualmente transmissíveis, que são muitas, além da Aids. Confira algumas delas e as formas de contaminação. 

Hepatite B

Causada pelo vírus B (HBV), a hepatite do tipo B é uma doença infecciosa também chamada de soro-homóloga. Como o VHB está presente no sangue, no esperma e no leite materno, a hepatite B é considerada uma doença sexualmente transmissível. Entre as causas de transmissão estão: por relações sexuais sem camisinha com uma pessoa infectada e através da mãe. 

Hepatite D

A hepatite D, também chamada de Delta, é causada pelo vírus D (VHD). Mas esse vírus depende da presença do vírus do tipo B para infectar uma pessoa. E sua transmissão, assim como a do vírus B, ocorre: por relações sexuais sem camisinha com uma pessoa infectada, da mãe infectada para o filho durante a gestação. 

Tricomoníase

É uma infecção causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis. Nas mulheres, ataca o colo do útero, a vagina e a uretra, e nos homens, o pênis. Os sintomas mais comuns são dor durante a relação sexual, ardência e dificuldade para urinar, coceira nos órgãos sexuais, porém a maioria das pessoas infectadas não sente. 

Sífilis

É uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum. Podem se manifestar em três estágios. Os maiores sintomas ocorrem nas duas primeiras fases, período em que a doença é mais contagiosa. O terceiro estágio pode não apresentar sintoma e, por isso, dá a falsa impressão de cura da doença. Todas as pessoas sexualmente ativas devem realizar o teste.

Herpes

É uma doença causada por um vírus que, apesar de não ter cura, tem tratamento. Seus sintomas são geralmente pequenas bolhas agrupadas que se rompem e se transformam em feridas. Depois que a pessoa teve contato com o vírus, os sintomas podem reaparecer dependendo de fatores como estresse, cansaço, esforço exagerado, febre, exposição ao sol, traumatismo, uso prolongado de antibióticos . 

Condiloma acuminado (HPV)

O condiloma acuminado, conhecido também como verruga genital, crista de galo, figueira ou cavalo de crista, é uma DST causada pelo Papiloma vírus humano (HPV). Atualmente, existem mais de 100 tipos de HPV - alguns deles podendo causar câncer, principalmente no colo do útero e no ânus. Entretanto, a infecção pelo HPV é muito comum e nem sempre resulta em câncer. 

Clamídia e Gonorreia

Clamídia e gonorreia são infecções causadas por bactérias que podem atingir os órgãos genitais masculinos e femininos. A clamídia é muito comum entre os adolescentes e adultos jovens, podendo causar graves problemas à saúde. A gonorreia pode infectar o pênis, o colo do útero, o reto (canal anal), a garganta e os olhos.

Cancro mole 

O cancro mole pode ser chamado de cancro venéreo, mas seu nome mais popular é “cavalo”. Provocado pela bactéria Haemophilus ducreyi, é mais frequente nas regiões tropicais, como o Brasil. A transmissão ocorre pela relação sexual com uma pessoa infectada.

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