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Cuiabá, 20 de Maio de 2024
20 de Maio de 2024

17 de Julho de 2016, 08h:00 - A | A

GERAL / DOENÇAS RESPIRATÓRIAS

Clima e geografia deixam cuiabanos expostos e capital pode ficar inabitável; veja vídeo

Médico imunologista e alergista, Celso Taques, explica as relações entre o clima de Cuiabá e a saúde da população cada vez mais afetada

CELLY SILVA
DA REDAÇÃO



Cuiabá é uma cidade extremamente frágil e inóspita do ponto de vista climatológico. É o que aponta um estudo realizado pelo médico imunologista, alergista e pediatra Celso Taques Saldanha, que em seu mestrado em Ciência da Saúde, estudou a relação entre o clima e a saúde dos cuiabanos. A dissertação mostra que a capital mato-grossense tem uma pressão atmosférica muito alta e o ar muito seco, além de estar em uma depressão onde ventos brandos não são suficientes para renovar o ar poluído.

A falta de umidade no ar também é prejudicial porque as barreiras de gotículas de água desaparecem no tempo seco. Dessa forma, os germes propagados através do espirro, por exemplo, são facilmente transmitidos de uma pessoa para outra.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o índice ideal de umidade relativa do ar é acima dos 60%, mas o médico explica que quando respiramos, o ar deve estar com 70% de umidade. Ocorre que no tempo seco, esse índice cai para até 12%, fazendo com que as narinas trabalhem intensamente para produzir essa hidratação através da mucosa. Nem sempre o organismo consegue trabalhar tanto a ponto de garantir a umidade ideal do ar e isso gera uma lesão na mucosa, desde o nariz, passando pela faringe, laringe, traqueia até chegar ao pulmão.

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A falta de umidade no ar também é prejudicial porque as barreiras de gotículas de água desaparecem no tempo seco. Dessa forma, os germes propagados através do espirro, por exemplo, são facilmente transmitidos de uma pessoa para outra.

Médico aponta que impactos ambientais deixarão Cuiabá inabitável 

Depressão cuiabana e ilha de calor

Celso Saldanha ressalta que estudos comprovam que o fato de Cuiabá estar em uma depressão geográfica acaba se tornando mais um ponto negativo para a saúde. Com a baixa altitude, a cidade acaba virando um repositório de poluição vinda até mesmo do extremo Norte do estado, onde mais ocorrem queimadas. Por incrível que pareça, os resíduos de cinzas acabam vindo parar aqui. Da atividade agropecuária, o médico também destaca como aspectos negativos para o clima e, consequentemente para a saúde, o desmatamento e o grande fluxo de caminhões que precisam passar por Cuiabá.

Com a baixa altitude, a cidade acaba virando um repositório de poluição vinda até mesmo do extremo Norte do estado, onde mais ocorrem queimadas.

Saldanha explica que a troca de florestas por pastos diminui a renovação do ar, pois o pasto não tem a mesma capacidade de uma árvore para absorver o gás carbônico da atmosfera, aumento o efeito estufa. Da mesma forma, a fumaça dos caminhões que por aqui passam, também ficam estagnados no ar por conta da falta de ventos na depressão cuiabana.   

Outro aspecto negativo de Cuiabá, segundo o médico, tem relação com a falta de planejamento urbanístico da capital. Por exemplo: a plantação de coqueiros ao invés de árvores nos passeios públicos, a poluição e tubulação da maioria dos córregos que cortam a cidade.

Efeitos na saúde dos cuiabanos 

O médico destaca que as crianças e os idosos são os mais afetados pelas doenças respiratórias porque enquanto a criança tem muita água, no tempo seco, ela é facilmente acometida pela diarreia até os cinco anos de idade, perdendo muito líquido e deixando o corpo mais debilitado e propenso às doenças respiratórias. Por outro lado, os idosos já não possuem mais a quantidade de líquido necessário no corpo, são ressecados por natureza. Por isso, o médico recomenda que independentemente da idade, as pessoas bebam mais água durante este período crítico, em média 3 litros de água por dia para garantir a estabilidade do organismo. 

“O idoso tem pouca água, ele não tem mais retenção líquida, ele é mais seco do que o adulto jovem. A criança já tem muita água para manter a homeostase. Na seca, tanto um quanto o outro vão sofrer porque a criança na hora que começa a perder água vai desequilibrar e o velhinho, que já tem pouca água, também vai desequilibrar”, explica Saldanha. Homeostase é a regulação que o corpo executa para que haja equilíbrio entre os componentes fisiológicos, em concentração, temperatura e pressão adequados.

Para manter o equilíbrio do organismo, é imprescindível o consumo de água. E essa necessidade aumenta ainda mais no tempo seco. Segundo o médico, uma forma simples de saber se a quantidade de água ingerida está dentro do normal é observando a cor da urina. “A urina escura é um sinal de que você precisa beber mais água", conta. A dica para quem não lembra de beber água é deixar uma garrafa com água na mesa do trabalho, na mochila, e ir bebendo ao longo do dia. 

A convite do , o médico Celso Saldanha falou sobre uma série de curiosidades comuns entre entre seus pacientes sobre como evitar, dignosticar e tratar problemas de saúde trazidos pelo tempo seco. Abaixo elencamos alguns tópicos e no vídeo a seguir, o médico explica e desmistifica outros assuntos como os resfriados, a sinusite, o uso de xaropes, o que fazer quando houver sangramento nasal, entre outros. Confira. 

“As crianças cuiabanas têm que usar pouco agasalho. Criança cuiabana é especial”, afirma o pediatra.

Uso de ar-condicionado

Apesar de o aparelho de ar-condicionado reduzir a umidade do ambiente, ele não é um problema para a saúde. Pelo contrário, ele deixa o ar mais limpo e garante conforto térmico. O importante é que esteja com o filtro sempre limpo e que seja usado juntamente com um umidificador de ar ou até mesmo baldes, bacias com água ou toalhas molhadas dentro do local.

Uso de agasalhos em recém-nascidos

Outro costume desmistificado pelo médico é o uso excessivo de agasalhos em crianças recém-nascidas. Segundo Celso Saldanha, crianças cuiabanas não precisam estar o tempo todo agasalhadas com toucas, meias e luvas. É preciso vesti-las com roupas leves para que não fiquem desidratadas. “As crianças cuiabanas têm que usar pouco agasalho. Criança cuiabana é especial”, afirma o pediatra.

Sinusite

A cavidade ou fossa nasal é composta por sinos, que se estendem até a testa e as bochechas. A mesma mucosa que está no nariz também entra pelos sinos e vai parar nas outras partes da face. De acordo com Saldanha, existem quatro tipo s de sinusite: alérgica, viral, bacterina e fúngica. O modo de dignosticar cada tipo vai depender do tempo que cada uma leva para fechar seu ciclo. A mais comum, sinusite viral, geralmente demora sete dias para passar; a alérgica, em média 15 dias; depois disso, vem a bacteriana, que precisa ser tratada com antibiótico. O caso de sinusite fúngica é mais raro e mais grave também.

“Tudo o que é derivado de ser vivo dá alergia, tudo o que tem nitrogênio. Pedaço de terra da rua não dá alergia, ela irrita. O que dá alergia são substância proteicas.

Poeira dá alergia?

O médico explica também que não é a poeira que causa a alergia em si, mas sim algumas substâncias que podem estar no meio dessa sujeira. Somente seres vivos podem causar alergias, como ácaros, fungos, etc. “Tudo o que é derivado de ser vivo dá alergia, tudo o que tem nitrogênio. Pedaço de terra da rua não dá alergia, ela irrita. O que dá alergia são substância proteicas. Se na poeira da sua casa tem ácaro, então o conteúdo da poeira pode estar desencadeando alergia, mas depende”, explica Saldanha. 

Descongestionantes nasais

O médico explica que o uso de descongestionantes deve ser evitado, principalmente em crianças, porque podem causar intoxicações, atingir o sistema nervoso central e deixar sequelas para o resto da vida. O mais indicado, segundo o especialista, é lavar o nariz em média 8 a 10 vezes por dia com soro fisiológico, que é a forma mais simples de manter a mucosa nasal hidratada ajudando o ar a entrar mais puro.

No vídeo abaixo, o médico desmistifica várias informações destorcidas e usualmente praticadas pelas pessoas para tratar as doenças respiratórias. Confira: 

 

Comente esta notícia

Jussara 18/07/2016

Dr.Celso é o melhor pediatra e alergista de Cuiabá, trata dos meus filhos dês quando nasceram, um excelente profissional .

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Eduardo Alvarenga 18/07/2016

Novamente envio comentario, que não é publicado; isso é o que??

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Eduardo Alvarenga 18/07/2016

Boa materia. Porém como estou aqui desde 79, posso afirmar que não era assim; isso ficou dessa forma após chegada do Grupo Maggi, que desmatou o estado inteiro. Depois dos Maggi, veio o ex governador Silva Barbosa, e derrubou muitas arvores em toda a cidade, para implantar o VLT. Agora aparece um pesquisador Médico imunologista e alergista, Celso Taques; falando o que tudos sabem; porém cade a sugestão de como reverter a cidade para torna-la melhor climaticamente?? Sugestão 1 - Plantar arvores em toda as vias cidade que tenha espaço; Sugestão 2 - Não desmatar nada mais dentro de MT interiro; Sugestão 3 - Proteger toda região onde passam corregos, dando um limite minimo de 200 mts de cada lado dos riachos existens; Sguestão 4 - Reflorestar as nascentes; Sugestão 5 - Etc...,,

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Regiane 18/07/2016

Ótima matéria....poderiam criar uma série sobre as doenças respiratórias...como exemplo a ASMA...Dr. Celso é uma ótimo profissional.

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4 comentários

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