KEKA WERNECK
DA REDAÇÃO
Em uma coletiva com longa explanação de dados mas com respostas extremamente resumidas, o diretor-geral da concessionária da CAB Cuiabá, Antônio Carlos Ribas Dallalana, tentou reverter, na manhã desta quinta-feira (28), a imagem negativa sedimentada em quatro anos de concessão dos serviços de água e esgoto na capital mato-grossense.
Dallalana, que é funcionário da holding há quase 30 anos, afirmou que a empresa, à beira de um rompimento contratual, vai investir R$ 58 milhões, em 12 meses, sendo 75% na área de esgoto
Aos jornalistas ele afirmou que a empresa investiu, neste período de concessão, meio bilhão de reais e cumpriu todas as cláusulas contratuais, diferentemente do vem denunciando o prefeito Mauro Mendes (PSB), que já ameaçou inclusive romper com concessionária, alegando que ela não cumpre as regras estabelecidas.
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Este é um assunto que implica na vida de 580 mil habitantes de Cuiabá.
“A CAB sempre respeitou o contrato que ela tem de saneamento de Cuiabá com a Prefeitura”, resumiu o diretor, após mais de uma hora de explanação, em que apresentou à imprensa uma empresa financeiramente viável, apesar de integrar o Grupo Galvão, que é uma holding acionista também de outras empresas no país e que está em processo de recuperação judicial.
Dallalana, que é funcionário da holding há quase 30 anos, afirmou que a empresa, à beira de um rompimento contratual, vai investir R$ 58 milhões, em 12 meses, sendo 75% na área de esgoto, principalmente no Centro da capital, e o restante em distribuição e qualidade da água.
O diretor também tentou elevar o conceito do atendimento da CAB Cuiabá, comparando a concessionária à extinta Sanecap, que segundo ele, nos últimos 11 anos em que operou, antes de ser extinta, investiu apenas R$ 52 milhões.
Sobre o fato de constar em contrato, que a CAB deveria ter universalizado a distribuição da água em Cuiabá em três anos e a empresa não ter feito isso, Dallalana rebate que todo morador está recebendo água, embora em alguns bairros a distribuição seja intermitente e que o desperdício é o grande vilão do sistema. Segundo ele, reverter isso é fundamental para qualificar o serviço e que quatro anos de concessão é muito pouco tempo.
O prefeito Mauro Mendes disse à imprensa nesta quarta-feira (27) que estes investimentos anunciados pela CAB são “uma farsa”, da empresa que se manteve calada por estes quatro anos, sem dar maiores explicações à população.
No bairro 1º de Março, por exemplo, conforme levantamento da CAB, 98,23%, ou seja, quase 100%, da água se perdia entre as estações de tratamento e a casa das pessoas, o que o diretor considera “um absurdo”. Sendo assim, a população recebia água por apenas três horas e ficava sem por 21 horas do dia. Ele fez este demonstrativo como um caso de melhoria. Segundo dados da CAB, o desperdício no 1º de Março baixou para 55,14%, que ainda é considerado alto, mas isso possibilitou a chegada da água por 18 horas, contra seis horas de torneiras secas.
"UMA FARSA"
Por outro lado, o prefeito Mauro Mendes disse à imprensa nesta quarta-feira (27) que estes investimentos anunciados pela CAB são “uma farsa”, da empresa que se manteve calada por estes quatro anos, sem dar maiores explicações à população.
O diretor Dallalana não quis comentar as críticas do prefeito e reforçou apenas que não há motivos para rompimento de contrato, porque a empresa vem cumprindo as regras estabelecidas.
A assessoria de imprensa da Prefeitura informou ao que na próxima semana vai divulgar o resultado de um relatório feito pela Procuradoria Geral do Município e a Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de Cuiabá (Arsec), responsável pela fiscalização da CAB, sobre a qualidade dos serviços de água e esgoto que estão sendo prestados e têm desagradado ao prefeito Mauro Mendes.
RECLAMAÇÕES DOS MORADORES
Na avaliação dos moradores de Cuiabá, a CAB continua em segundo lugar no ranking de reclamações do Procon Estadual.
No balanço do mês de março deste ano, que é o último disponível, o serviço de defesa do consumidor registrou 3.075 atendimentos. O vice-campeão de reclamações, perdendo apenas para a Energisa, foi a CAB, com 362 registros.
Leonardo Mobral Ignóbil 28/04/2016
Pode nada, essas foi umas das promessas do nosso glorioso MM. Todavia, após assumir, a conversa foi esquecida. Será que vai começar a mesma conversa fiada de novo?
1 comentários