DIÁRIO DE CUIABÁ
Atualmente, 13 pessoas estudam na Universidade Federal de Mato Grosso pelo Programa Estudante-Convênio de Graduação, uma parceria dos ministérios da Educação e das Relações Exteriores. A universidade receberia novos 35 alunos, mas está fechada para balanço.
De acordo com o assessor de relações internacionais da UFMT, Paulo Teixeira, com a morte do estudante Toni Bernardo da Silva, 27 anos, assassinado no restaurante Rola Papo, em Cuiabá, a instituição está fazendo uma avaliação do PEC-G. “O objetivo é aprimorar o programa”.
Contudo, ele pontuou também que estão estudando as reivindicações dos alunos do PEC-G e, caso não exista forma de cumprimento das solicitações para melhoria, não está totalmente descartada a possibilidade de a UFMT sair do Programa.
Os aluno do PEC-G pedem maior proximidade e acompanhamento; permanência e assistências médica, além de maior comprometimento com as datas de entrega da bolsa Promissaes. Por outro lado, o assessor defendeu que os estudantes estão sendo bem acompanhados no processo. “Sob o ponto de vista do convênio, fazemos muito mais”, disse, referindo-se ao fato de, segundo ele, a UFMT se doar em níveis acima do que é previsto no documento que regulamenta o PEC-G.
Durante o período no Brasil, os estudantes têm garantidos atendimentos farmacêutico, odontológico e médico do Sistema Único de Saúde. De forma geral, eles têm que se manter no Brasil como comprovaram ao entrar no Programa. Fica sob a responsabilidade dos estudantes o custeio de aluguel, da alimentação e de outros. De acordo com Paulo Teixeira, porém, todos os alunos do PEC-G acabam conseguindo uma das duas bolsas voltadas ao Programa, que tem o valor de um salário mínimo. Ele explicou que a UFMT acompanha os estudantes quando estão procurando casa para alugar ou indo ao médico, mas reforçou que essa obrigação nem está prevista no Protocolo do PEC-G.
Para o professor Paulo Teixeira, o Programa é importante porque os estudantes poderão futuramente contribuir para que haja uma relação amistosa entre os países participantes e porque se trata de uma cooperação internacional envolvendo “sul e sul” do Globo. Ele disse também que para os alunos brasileiros da instituição é importante conviver com pessoas de outros países estabelecendo trocas culturais.
Paulo Teixeira explicou que o Programa faz um trabalho de cooperação entre países. “Não é inclusão social como dizem por aí”. As universidades parceiras no Brasil disponibilizam vagas anualmente para receber os estudantes. Cerca de 40 países mandam estudantes para o Brasil, para estudarem nessas instituições. Na UFMT estão cursando Administração, Letras, Nutrição e Serviço Social.
As ações de cooperação do PEC-G são voltadas preferencialmente para países em desenvolvimento. Inclui, atualmente países da América Latina, do Continente Africano e da Malásia. Sendo que a UFMT possui em seu corpo discente estudantes da África – Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe – e da América – Costa Rica e do Haiti. Um dos critérios básicos para seleção é o domínio da língua portuguesa.
Ao contrário de outros Programas e convênios da universidade, o PEC-G não permite que estudantes brasileiros estudem nos países participantes. O governo brasileiro estabelece que irá, com o PEC-G, receber estudantes e não mandar pessoas do Brasil para o exterior.