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Cuiabá, 13 de Maio de 2024
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01 de Janeiro de 2011, 13h:37 - A | A

CIDADES /

Opinião: 2010, 11! (2) por Onofre Ribeiro



ONOFRE RIBEIRO

O Brasil vem mantendo uma democracia estável desde 1985, com a retomada do poder civil. Tem sido constante e firme, sem golpismos. Em 1985 encerrou-se o regime militar iniciado em 1964, mas especialmente, encerraram-se ali as incursões políticas dos militares brasileiros iniciadas lá no movimento tenentista de 1922.

Desde 1990 as eleições vêm transcorrendo maduras e as de 2010 mais ainda. No futuro os historiadores seguramente vão se debruçar para compreender esse período dos últimos 16 anos, em que o país se estabilizou economicamente, experimentou um governo de esquerda do Partido dos Trabalhadores, passou sereno e navegou em harmonia com um mundo em transição. E mais, deixou herança política e econômica maduras. A passagem de Lula para Dilma merece reflexões profundas. Tinha tudo pra azedar junto à sociedade, pelo possível risco de uma eventual recaída esquerdista.

A transição Dilma-Lula revelou a opinião pública amadurecida, as instituições públicas e privadas em respeitosa vigília. Pode se dizer sem excessos de patriotismos que o Brasil que entrará em 2011 neste sábado, é um país amadurecido.

A História é rica em exemplos de transformações mundiais. O começo da globalização pós-Guerra Fria, marcou o começo do mundo unilateralista liderado pelos Estados Unidos. De 2008 em diante o mundo globalizado viu-se dividido em fatias divididas entre países do G-20, emergentes, e os emergentes do Brics, onde aparecem em destaque China, Índia, Brasil e Rússia. Esse mundo pós-globalização revela novas posições do poder mundial e nelas inclui um Brasil em rápida ascensão.

É nesse ambiente que a presidente Dilma vai governar. De um lado, o mundo em transformações absolutamente imprevisíveis. De outro lado, um Brasil interno com contradições para resolver e com equações sociais para manter.

Como moldura, a plena democracia que exigirá da presidente Dilma uma incalculável capacidade de articular, de conversar para poder governar, sem golpismos ou bravatas políticas. Porém, talvez esteja aí a sua grande força. Sendo mulher, traz na genética ancestral a capacidade de conviver com os conflitos naturais da mulher nas sociedades humanas históricas, e com o micro-social, representando pela família, com seu universo de conflitos.

No plano geral, 2011 colocará sobre o tapete da vida brasileira, muitas transformações esperadas, muitas inesperadas, e outras impensáveis nos dias de hoje.

Quando tudo está em transformação, quem for capaz de estabelecer o mínimo de ordem, saberá impor-se no conjunto do caos. É mais ou menos esse o papel dos gestores de todos os níveis públicos no Brasil. No mundo privado, o caos mundial exigirá dos empresários e empresas, iguais capacidades de adaptação e de inovação.

Por tudo isso, concluo com otimismo a percepção de 2011, em particular. Pouco podemos dizer agora sobre o que acontecerá, mas se pode antever um período de travessias que, para um país como o Brasil frente à conjuntura mundial, só pode ser positivo.

O assunto se encerra no próximo artigo.

ONOFRE RIBEIRO é jornalista em Mato Grosso
[email protected]

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