Empresa diz que fará tudo conforme foi vendido mas não assina compromisso formal com os compradores que estão insatisfeitos com o impasse gerado pelas obras. Empresa já foi acionada pelo Ministério Público.
ROBERTA DE CÁSSIA 17h45
DA REDAÇÃO
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A construtora Ginco continua calada em relação aos empreendimentos vendidos de forma enganosa pelas corretoras que comercializaram as unidades. A empresa tem preferido atender um a um os clientes para "esclarecer" as dúvidas. O problema é que as pessoas não estão satisfeitas com a situação e denunciam que a Ginco não documenta o que promete, o que gera mais dúvida para os compradores dos residenciais, San Marino, Mônaco e Montenegro. E são muitas.
Como o caso do funcionário público Odenil Benedito Junior , comprador de um imóvel no Residencial Montenegro. Sua preocupação era que o residencial fosse aberto, com acesso a qualquer pessoa. "Fui até o plantão e o atendente da Ginco me disse, que assim como o San Marino e Mônaco, o Montenegro também será fechado e com guarita. Sendo que a Ginco doará a cancela, ficando a cargo da Associação dos Moradores, a qual deverá ser formada e registrada, optar por colocar a referida cancela ou portão para administrar a entrada e a saída das pessoas do residencial", informou ele.
Odenil também disse que a construtora admitiu que como loteamento as vias de fato serão públicas com coleta de lixo e entrega de correspondências " A Ginco disse que realmente foi um erro por parte das imobiliárias venderem como condomínio, ao invés de loteamento, mas que há um acordo com a prefeitura de Cuiabá, que diz que as vias podem ser muradas e que não correríamos o risco de ter os muros derrubados", comenta o comprador.
Nossa equipe tentou a manhã inteira umcontato com a Secretaria de Meio Ambiente Municipal, mas não houve retorno das ligações para que pudéssemos confirmar essa "garantia".
De qualquer forma, o que ficou constatado, com informações de compradores que estão indo ao plantão da Ginco é que nada está sendo passado por escrito. "Disseram que vão nos dar uma cartilha com as explicações", completa Odenil.
Outro ponto é que os compradores terão que constituir uma Associação de Moradores para administrar o Residencial e torná-lo um condomínio instituído. Segundo informações passada aos compradores, isso foi feito com o Condomínio Alphaville. Só que uma fonte, dentro da prefeitura informou que para se constituir condomínio, o loteamento tem todo um trâmite administrativo e que o Alphaville virou condomínio por decreto.
Os compradores estão cada vez mais revoltados. É constante a chegada de reclamações na redação do RepórterMT.
"A construtora GINCO garantiu como a mudança de loteamento para CONDOMÍNIO? Existe algo em que eu posso confiar nessa mudança? Por que só de "boca" os corretores e as propagandas já legalizaram. Queremos tudo legalmente correto, não queremos promessas", diz a compradora Luciana Ferreira.
"Compramos sim um imóvel no San Marino, acreditando na marca GINCO e GOLDFARB. infelizmente isto veio por água abaixo, pois esta no alvara da prefeitura como loteamente. Eles veicularam informacões de que seria um condominio e estão querendo nos empurrar um loteamento. A questao de ter muros, cancela e tudo mais nao me garante que amanha ou depois isso caia por terra, pois pela lei loteamento não pode ser fechado. Por que a Ginco não se pronuncia oficialmente escrevendo no papel tudas essas afirmações", diz em reclamação enviada ao RepórterMT, a cliente da empresa, Angélica Nayara.
A redação recebeu nesta quinta-feira (13) mais de 25 reclamações de pessoas que compraram imóveis baseados na propaganda e hoje estão decepcionados com o tratamento dado pela empresa, que se limitou a enviar uma nota a imprensa, dizendo que só vai se pronunciar juridicamente.
