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Cuiabá, 25 de Abril de 2024
25 de Abril de 2024

21 de Julho de 2010, 23h:16 - A | A

VARIEDADES /

Celulose Sobe 125%, mas aumento não beneficia produtor e pode faltar madeira

Portal do Agronegócio



 

O setor de celulose começa a recuperar as perdas sofridas durante a crise de 2008. O preço do produto brasileiro teve o maior crescimento dos últimos tempos e hoje o valor da tonelada está mais alto que o praticado no período pré-crise. Resta agora o aumento do valor a ser repassado aos fornecedores, pois se isso não acontecer, há possibilidade de faltar madeira para abastecimento interno.

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Investimentos anunciados pela Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), apontam que serão investidos US$ 20 bilhões na expansão da capacidade industrial e na base florestal do país, até 2017, com a construção de três novas fábricas no norte e nordeste do país, confirmando um novo ciclo da celulose no Brasil.

No mercado brasileiro, antes de setembro de 2008, a tonelada da celulose custava cerca de R$ 800. Durante a crise o custo caiu para R$ 400 e hoje, a tonelada é vendida a R$ 900. O que significa aumento de 125% no preço praticado hoje, em relação ao praticado durante o período de crise no Brasil.

Apesar disso, o valor pago aos produtores continua o mesmo praticado nesse mesmo período. “Conseguiram recuperar o preço final, mas os intermediários ainda recebem a mesma quantia paga entre 2008 e 2009”, afirma o diretor da Agro Florestal Serrana, prestadora de serviços para a Klabin, Mauro Wolfart. Segundo ele, o valor médio pago pelas grandes empresas na tonelada de madeira se manteve em R$ 15. “Temos uma defasagem muito grande. O preço deveria estar em R$ 20 no mínimo”, afirma.

Com o aquecimento do mercado, o empresário aponta a necessidade de investimentos do prestador de serviço, para que este possa se reestruturar e assim conseguir manter o fornecimento do produto sem interrupções. Caso isso não aconteça Wolfart alerta que pode faltar madeira no Brasil, pois a partir da retomada rápida da produção, as fornecedoras não conseguem atender à demanda nacional. “Não faltam florestas plantadas, faltam empresas preparadas para fazer o corte e a colheita do pinus”, esclarece.

O empresário salienta que equipamentos de alta produção, necessários para o desbaste das árvores, por exemplo, demoram em média 120 dias para serem entregues, e com a escassez no mercado, os preços do maquinário também se elevam. “O mercado voltou à ativa, mas pode não crescer tanto se as empresas não fizerem investimentos na sua estrutura”, diz.

A Agro Florestal Serrana atende empresas do setor de celulose em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná e Espírito Santo. Em Minas Gerais presta serviço a uma empresa do ramo siderúrgico. “O cenário é praticamente o mesmo em todas elas”, diz o diretor, ao mencionar que há procura de todo o país pelo serviço.

Mesmo assim, a época é considerada a mais promissora, já que, mesmo sem o repasse, as empresas estão ganhando na quantidade. “Estou confiante, o mercado está bem aquecido, só nos falta recuperar o preço do intermediário”, fala.

Além das grandes empresas que buscam a expansão do seu mercado, Wolfart garante que o mercado está aquecido para todos os produtores, inclusive para os pequenos que trabalham de forma mais manual. “O produtor consegue colocar sua madeira no mercado que está propício para o setor e estima-se uma recuperação gradativa de preços “, revela.

Produtores estão confiantes na melhora

Para o diretor da Floko - Reflorestadora Koeche, Felipe Koeche, fornecedora da Klabin, o aumento da demanda de celulose terá um reflexo grande na região, tendo em vista que os produtores ainda sofrem efeitos da crise que cessou em dezembro de 2009. “Quando a Klabin parou de consumir o produto do mercado local, todo um ciclo de produção foi interrompido”, lembra o empresário que, sem ter a clientela habitual, precisou vender a madeira disponível a uma empresa de celulose do Paraná, por um preço mais baixo, com custo alto de frete e pouco lucro.

Passada a época difícil, hoje a Floko retomou sua produção e entrega, mensalmente, cerca de mil toneladas de madeira à Klabin, e a expectativa do diretor é aumentar o fornecimento em até 50%.

Além da Klabin, na região, existem apenas mais duas empresas que consomem o cavaco, a Tractbel Energia e a Sudati, de compensados.

 

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