ANA ADÉLIA JÁCOMO
DA REDAÇÃO
O candidato a governador de Mato Grosso pelo PT, Lúdio Cabral, atribuiu os problemas em algumas obras da Copa do Mundo, em Cuiabá e Várzea Grande, ao adversário na disputa, senador Pedro Taques (PDT). De acordo com ele, Taques tem culpa por ter recebido doações financeiras para sua campanha da empreiteira Engeglobal.
A empresa pertence ao empresário Robério Garcia, pai do candidato a deputado federal Fábio Garcia (PSB). Fabinho, como é conhecido, é afilhado político do prefeito de Cuiabá Mauro Mendes (PSB), coordenador de campanha de Taques.
“A empreiteira da Copa que está com obra atrasada, até onde eu sei, é da turma do Pedro Taques. A obra do Aeroporto [Marechal Rondon], a obra do Centro Oficial de Treinamento, que está atrasada e a obra da Oito de abril. Todas feitas pela turma do Taques”, disse o candidato.
A afirmação de Lúdio ocorreu nos bastidores do debate realizado pela Rádio Mix, nesta segunda-feira (15). Contudo, o petista é quem faz parte da base aliada do governador Silval Barbosa (PMDB), que ainda não se manifestou após as obras da Copa começarem a ser interditadas por graves falhas estruturais.
A ausência de Silval tem sido sentida na campanha inteira, e às vésperas do pleito nenhuma aparição pública ao lado do candidato foi registrada. Em 2012, contudo, Lúdio usou excessivamente a aliança com os poderes estadual e federal, e chegava a citar Silval em seu jingle de campanha.
“Não tenho compromisso com o erro de ninguém. Se houve erro, vamos identificar quem cometeu e punir, tanto os agentes públicos, como as empreiteiras. Estou disputando o mesmo cargo que o Silval ocupa, portanto a participação dele tem que ser limitada para não configurar em abuso de poder político”, completou ele.
Lúdio declarou que, caso eleito, independente de ter aliança com o PMDB de Silval, irá produzir relatórios detalhados sobre o andamento e a execução de cada obra realizada.
Ele garante que irá cobrar na qualidade nas obras e que irá criar uma “lista negra” das empreiteiras que não poderão mais contratar com o Estado.
Lúdio pretende criar uma ferramenta online para impedir que as empresas que fracassaram na execução das obras da Copa voltem a contratar com o Governo.