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Cuiabá, 25 de Abril de 2024
25 de Abril de 2024

22 de Abril de 2015, 15h:25 - A | A

POLÍTICA / AGIOTA COMPLICA RIVA

'Ele foi meu primeiro cliente no meio político; foram R$ 10 milhões emprestados'

Segundo ele, quem pagava era o secretário geral da Assembleia, Ademar Adams, morto em outubro de 2010

MARCIA MATOS
DA REDAÇÃO



O agiota Gércio Marcelino Mendonça Júnior, o Júnior Mendonça, prestou depoimento nesta tarde de quarta (22), nos desdobramentos da Operação Imperador, que prendeu o ex-deputado José Riva (PSD), há dois meses. Mendonça confirmou que Riva foi seu primeiro cliente no meio político e que as negociações eram feitas diretamente com o deputado.

O agiota disse o mesmo que já havia falado após a quebra de sigilo bancário dele, pela Operação Ararath. Segundo o agiota, as transações com Riva iniciaram em 2006, com um emprpestimo de R$ 3 milhões, que segundo Mendonça o ex-deputado alegou que seriam para cobrir as necessidades do "sistema". Quem pagava as contas do então deputado era o secretário-geral da Assembleia, Admar Adams, morto em outubro de 2010. Mendonça disse que, depois da morte do secretário, teve dificuldades para receber de Riva que, segundo ele, ainda lhe deveria cerca de R$ 6 milhões. 

Na audiência desta quarta-feira (22), Mendonça relatou que suas negociações com Riva eram feitas em sua maioria no gabinete da Presidência da Assembleia, onde por várias vezes também teria ido para receber o pagamento dos empréstimos.

Aos promotores do Ministério Público Estadual e à juíza 
Selma Rosane, da 7ª Vara Criminal da Capital, Júnior Mendonça disse que os empréstimos eram feitos à Riva através de transferências bancárias ou cheques emitidos para as pessoas ou empresas determinadas por Riva. Já os pagamentos dos débitos teriam sido feitos 90% em espécie. Segundo o agiota ou ele recebia os valores das mãos do então secertário geral, que lhe passava o montante em dinheiro, dentro de um envelope, ou um motorista, que usava um carro da Assembleia Legislativa levava os pagamentos, também em espécie, dentro de envelope, até o escritório de sua empresa, Globo Fomento, em Várzea Grande.


O ex-deputado responde preso a este processo, conduzido pela juíza Selma Rosane. Riva está preso desde 21 de fevereiro deste ano, no Centro de Custódia de Cuiabá. 

A juíza havia pedido para que Riva comparecesse ao Fórum Criminal de Cuiabá nos depoimentos de hoje, amanhã e dia 24 e nos dias 27 e 28, mas o ex-deputado conseguiu ser liberado pela Justiça e deve comparecer apenas no dia 28. Os advogados de defesa do réu argumentaram que a medida foi para evitar o constrangimento da exposição pública do ex-parlamentar preso.

Dias 24, 27 e 28, serão ouvidas as testemunhas de defesa de Riva, entre elas o ex-governador Silval Barbosa (PMDB), que chegou a pedir formalmente dispensa de prestar depoimento, mas a juíza Selma Rosane negou. 

Além de Júnior Mendonça também prestaram depoimento, como testemunhas arroladas pelo Ministério Públcio Estadual, Tatiana Laura da Silva Guedes, Aurea Maria de Alvarenga Gomes Nassarden e Edna Aparecida de Matos.

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