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08 de Maio de 2019, 15h:50 - A | A

PODERES / VEJA DOCUMENTO

Contradição em data de denúncia põe delação de Malouf em xeque

O delator da Operação Gran Vizir denunciou uma reunião em que foi ofertado tráfico de influência em março, sendo que a Operação Rêmora Ocorreu em maio e ele só surgiu como investigado em novembro.

MARCIA MATOS
DA REDAÇÃO



Contradições e incompatibilidades, se comprovadas, podem fazer com que o empresário Alan Malouf perca o benefício de delação premiada firmada junto à Procuradoria Geral da República.

Entre as contradições, estaria a incompatibilidade lógica com o calendário, que deixaria sem nexo a versão contada por Alan Malouf.

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De acordo com o anexo XV, no qual Malouf se compromete a dizer a verdade ao Ministério Público, ele afirma que o ex-secretário de Segurança Pública do Estado, o advogado Fábio Galindo,  lhe ofereceu serviços que caracterizam tráfico de influência perante o Gaeco e a então juíza da Sétima Vara Criminal, Selma Arruda. Como prova do encontro, pede a quebra geográfica de antenas de telefonia, no dia 20 de março de 2016, para comprovar o suposto encontro.

Ocorre que há discordância nessa cronologia, pois a primeira fase da Operação Rêmora só aconteceu em 05 de maio de 2016, e limitou-se aos empreiteiros que executavam obras da Secretaria de Educação do Estado (Seduc), já que esta fase da operação investigou as fraudes em licitação.

"Vingança pura e rasteira, agora descoberta. Espero sinceramente que o Ministério Público perceba rapidamente que foi literalmente usado ao talante do colaborador, aplicando as consequências jurídicas adequadas. Ao tempo certo tomarei todas as providências legais ao meu alcance”, disse Galindo.

A segunda fase ocorreu em julho de 2016, que mirou os agentes públicos envolvidos, vindo a prender o então secretário de educação Permínio Pinto, que depois se tornou delator. Malouf só veio aparecer como investigado na Operação Gran Vizir, em 30 de novembro de 2016, quando foi delatado pelo seu primo Giovani Guizardi um dos operadores do esquema de fraudes às licitações.

Pelo lapso temporal de oito meses, o  tráfico de influência, em março, pode ser questionado, se o beneficiário só aparece nas investigações em novembro.

O ex-secretário Fábio Galindo considera que ele, a juíza aposentada Selma Arruda (atualmente senadora) e o promotor de Justiça Marco Aurélio foram vítimas de vingança do empresário Alan Malouf, através de denúncias ao Ministério Público e PGE, na  intenção de mudar as circunstâncias que travavam a colaboração premiada.

“Essa manobra realizada só exterioriza os reais motivos do colaborador, que usou a colaboração como instrumento seletivo de proteção de amigos e retaliação dos que considerou inimigos. Vingança pura e rasteira, agora descoberta. Espero sinceramente que o Ministério Público perceba rapidamente que foi literalmente usado ao talante do colaborador, aplicando as consequências jurídicas adequadas. Ao tempo certo tomarei todas as providências legais ao meu alcance”, disse Galindo.

Malouf se apresentou à Justiça, no dia 15 de dezembro, para cumprir o mandando de prisão cautelar. Na mesma data, ele apresentou diretamente ao então procurador geral da República, Rodrigo Janot, um pedido para anexar novo volume de denúncia.

A petição foi entregue diretamente ao cargo mais alto do Ministério Público devido, segundo o empresário, “a gravidade e peculiaridade do caso”.

O colaborar acusou, nos novos documentos, o advogado Fábio Galindo, a juíza Selma Arruda e o promotor de Justiça Marco Aurélio.

Os documentos relatam que Galindo teria oferecido seus trabalhos ao preço de R$ 3  milhões, com a garantia de blindagem.
Oferta teria se dado em encontro, numa chácara de um familiar de Fábio. Segundo acusação de Malouf, o advogado teria garantido proteção no Ministério Público (Marco Aurélio) e Judiciário (Selma Arruda).

Se for constatado que Malouf mentiu e agiu de má-fé, ele poderá perder seu acordo de colaboração premiada e responder pelo crime de denúncia caluniosa contra autoridades, o levando de volta para a cadeia.

Outro lado

A reportagem procurou a defesa do empresário Alan Malouf e ao , o advogado Huendel Rolim informou apenas que a defesa irá se manifestar nos autos do processo.

Delação

A Operação Rêmora levou para a cadeia agentes públicos e empresários envolvidos em esquema de propina em licitações da Secretaria de Educação.

Alan Malou, preso na segunda fase da operação, a Gran Vizir, afirmou que foi coordenador financeiro da campanha do ex-governador Pedro Taques (PSDB), na qual houve esquema de caixa dois e que o esquema na Seduc foi feito para pagar contas de campanha.

Em seu depoimento, Malouf afirmou que Taques sabia do esquema. Ele também complicou o ex-deputado federal Nilson Leitão (PSDB), além do deputado estadual e hoje conselheiro do Tribunal de Contas, Guilherme Maluf. Todas as acusações foram negadas.

Veja abaixo o documento

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Reprodução

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