Nos dias idos de aproximadamente dois séculos atrás numa localidade bem próxima de Cuiabá, havia um dono de Engenho de Cana de Açúcar, (Sr. Guimarães) que julgava, condenava e ouvia as partes, e a condenação ou absolvição era decidida no Tribunal do Júri, da sala da Casa Grande, esse Júri era composto por uma pessoa só, o próprio dono do Engenho, a decisão era sumária e a pena era máxima para os acusados de serem ladrões: A MORTE.
E num desses julgamentos, o empregado “Dito Tá Entendendo” sabendo que iria morrer, pediu ao Patrão que lhe proporcionasse Clemência após ouvi-lo.
O condenado propôs ao patrão, que ele trocaria a sua liberdade, para ensiná-lo uma técnica que ele mesmo desenvolveu que seria fazer Caititu voar, e que se ele perdoasse os seus erros, ele iria fazer essa demonstração. Mas como o patrão sabia que era impossível, lhe disse:
- faça o caititu voar que eu não lhe mato.
Como o condenado “Dito Tá Entendendo” era muito esperto e digoreste mesmo, disse ao Patrão, o senhor terá que me libertar para que eu possa treinar o Caititu e dentro de um ano eu faço a demonstração.
O Patrão acreditando e ao mesmo tempo não acreditando, concedeu a sua liberdade provisória.
( com essa liberdade provisória, historicamente dois séculos atrás foi concedido o primeiro Habeas Corpus em Cuiabá).
Os amigos surpresos com a sua liberdade provisória lhes disseram:
- Você é louco Dito, o Caititu não vai voar, o Sr. Guimarães vai ficar com muita raiva e vai lhe matar.
O Dito Tá Entendendo, como enxergava muito longe, explicou aos amigos que com essa liberdade provisória ele levaria as seguintes vantagens:
1 – Prorroguei meu prazo de vida por mais um ano, porque a minha morte já estava decretada;
2 – Por um ano, pelo menos estarei livre para roubar ou praticar atos não republicanos;
3 - Por um ano estarei gozando do conforto da liberdade;
4 – E, o melhor de tudo isso, é que posso prorrogar por anos sucessivos, até o Patrão caducar ou morrer esperando a Caititu voar.
Quantos “Dito Tá Entendendo” não fizeram parte da política atualmente?
A história se repete, e hoje, os políticos de posse dos seus Habeas Corpus e Delações Premiadas, fazem com que os processos fiquem dormindo nas prateleiras dos Tribunais até o seu esquecimento definitivo ou a sua caduquice.
A maioria dos políticos ainda não entendeu que ao ser eleito faz um pacto espiritual de grande responsabilidade em relação à regra universal, são princípios contidos em leis imutáveis que impõe a todos aqueles que tiram aquilo que é do povo, e o que não lhe pertence, irá acumular dívidas para as próximas vidas. Às vezes os políticos acumularam coisas negativas e pagam ainda nesta existência. As ações desonestas vêm precedidas de fatos que não se encerrarem por si mesmo.
Economista Wilson Carlos Fuáh – É Especialista em Recursos Humanos e Relações Sociais e Políticas.
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