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Cuiabá, 25 de Abril de 2024
25 de Abril de 2024

12 de Fevereiro de 2018, 07h:55 - A | A

OPINIÃO / JOSÉ AUGUSTO CURVO

Caos da saúde, uma novela sem fim

Os filantrópicos, vira e mexe, ameaçam fechar às portas por falta de repasse do Estado



O Hospital Jardim Cuiabá paralisou os atendimentos aos servidores do Estado conveniados ao  plano Mato Grosso Saúde, nesta quinta-feira (1), devido a atrasos nos repasses do Governo Estadual, que se arrastam desde 2016. Este é apenas mais um capítulo do caos na saúde de Mato Grosso.

Se antes as filas para ser atendido em unidades públicas indignavam a população, agora toda a área é afetada pela má condução da pasta.

Os corredores lotados do Pronto Socorro de Cuiabá só mudaram de cenário porque um decreto foi baixado para mandar pacientes do interior de volta para os municípios de origem, sem que isso representasse a cura do mal que fez o cidadão procurar pelo serviço.

Os filantrópicos, vira e mexe, ameaçam fechar às portas por falta de repasse do Estado. A iniciativa privada sofre com a judicialização das ações, pois o Estado sem leitos de UTIs suficientes para atender à demanda do seu povo acaba sendo acionado na Justiça e obrigado a usar a estrutura dos hospitais privados.

A disputa corre na justiça por anos e os hospitais, sem receber o que lhe é devido, têm gastos extras com advogados para comprovar que fez o serviço. Além do mais, fica impedido de receber novos pacientes privados enquanto o leito estiver sendo ocupado por usuário do SUS, diminuindo o caixa da empresa de saúde. 

Se na capital, onde a maior parte das unidades está sediada, a situação é difícil, no interior é insustentável. O Diário Oficial do Estado (DOE), que circulou no dia 31 de janeiro, traz o decreto assinado pelo governador Pedro Taques, secretário da Casa Civil, Max Joel Russi, e pelo secretário de Saúde, Luiz Antônio Vitorio Soares, onde admite a situação de emergência no Hospital Metropolitano de Várzea Grande, nos Hospitais Regionais de Sorriso, Alta Floresta, Colíder, Rondonópolis, Cáceres e Sinop.

Algumas dessas unidades registram situações precárias como falta de repasse, salários atrasados e suspensão de cirurgias.

Sem receber salário há quatro meses, médicos do Hospital Regional de Alta Floresta paralisaram as atividades no dia 29 de janeiro. No Hospital Metropolitano, em Várzea Grande, aproximadamente 200 pessoas estão esperando para realizar cirurgias e a denúncia é de falta de materiais.

O decreto do governo afirma que a situação de emergência vale 180 dias, neste prazo medidas devem ser tomadas para frear o cenário caótico nas unidades. E esperar para ver.

 

JOSÉ AUGUSTO DA SILVA CURVO, o Tampinha, é médico e suplente de deputado federal em Mato Grosso

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