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Cuiabá, 25 de Abril de 2024
25 de Abril de 2024

21 de Junho de 2017, 14h:08 - A | A

NACIONAL / NEGLIGÊNCIA

Médico do Samu nega atendimento e diz para engasgado ir ao hospital 'por conta'

Coordenação do órgão em Foz do Iguaçu (PR) reconheceu que houve falha na comunicação entre médico e quem fez o pedido pelo socorro.

G1 PR



Uma atendente e um médico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) negaram atendimento a um paciente engasgado com espinha de peite, em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná. A recusa quase terminou em tragédia, já que o médico disse que não enviaria uma ambulância e que a vítima fosse ao hospital "por conta".

O cantor Claudecir Borelli contou que estava em um jantar, quando precisou de ajuda e só se salvou depois de ser socorrido por amigos. Enquanto comia, ele não percebeu que o pedaço de peixe que havia comido estava com uma espinha. “Em determinado momento, eu parei. Viram minha situação”, conta ao lembrar do momento em que se engasgou.

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Diante da situação, decidiram ligar para o Samu. A ligação dura pouco mais de três minutos. No começo um dos amigos pede para que quem está do outro lado da linha, se identifique. A atendente apenas pergunta qual é a emergência e informa que a ligação está sendo feita ao “Samu, 192”, além de perguntar se trata-se de um trote.

A pessoa que telefonou diz que tem um amigo engasgado com espinha de peixe e insiste em saber o nome da pessoa com quem está falando. A atendente diz que vai registrar o atendimento. O amigo de Borelli insiste com a urgência e pede que uma ambulância seja encaminhada rapidamente ao local.

Depois de dois minutos e meio, a ligação é repassada para o médico, que pergunta o que está acontecendo. Ao saber do caso, diz que “com espinha de peixe não morre, não se afoga, não se preocupe”.

O colega insiste mais uma vez pela ambulância e o médico diz que não será encaminhada. “Não vai a ambulância, não senhor. Pode ir por sua conta, senhor”, indica.

Depois disso, os amigos decidiram levar Borelli ao hospital. No caminho, telefonaram para o Siate, que o socorreu e levou para o Hospital Municipal. Foram mais de dez horas para que a espinha pudesse ser tirada.

Questionado sobre a recusa de atendimento, o Samu reconheceu que durante a ligação alguns protocolos de emergência adotados não foram respeitados.

Segundo o coordenador Marcelo Lima de Leitte, a atendente e o médico deveriam ter se identificado e perguntado sobre o estado do paciente, o que não foi feito em nenhum momento.

Um processo administrativo interno será aberto para investigar o caso.

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