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Cuiabá, 25 de Abril de 2024
25 de Abril de 2024

16 de Janeiro de 2017, 11h:06 - A | A

NACIONAL / NOVOS ALIADOS

Maior facção paulista batiza presos de quadrilha aliada dentro de Penitenciária

Para membros do MP e da Defensoria Pública, traficantes usaram os massacres em presídios do Norte do país para ganhar benefícios

EXTRA



O Primeiro Comando da Capital (PCC), maior facção paulista, começou a angariar novos integrantes dentro da Penitenciária Jonas Lopes de Carvalho (Bangu 4), no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste. A informação foi recebida pelos promotores que atuam junto à Vara de Execuções Penais (VEP). Os batismos são os primeiros do PCC em presídios do Rio monitorados por autoridades do estado desde a ruptura nacional da facção paulista com o Comando Vermelho (CV), em outubro.

Na ocasião, os traficantes paulistas, que cumpriam pena junto com integrantes do CV, pediram para serem transferidos para outras unidades. A Secretaria estadual de Administração Penitenciária (Seap), então, transferiu a maior parte do grupo para Bangu 4, onde estão presos integrantes da facção Amigos dos Amigos (ADA) — nova aliada dos paulistas, que domina o tráfico de drogas na Rocinha.

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— Segundo nosso último levantamento, há cerca de 100 presos do PCC em Bangu 4. A quantidade aumentou nos últimos meses. A Seap deveria ter isolado os presos do PCC e, não, posto eles em contato com outra facção — afirma o promotor André Guilherme Freitas.

Na semana passada, em visita à Bangu 4 para mediar com chefes da ADA uma resolução para conflitos entre grupos rivais em Japeri, na Baixada Fluminense, promotores descobriram que o PCC já integra as decisões mais importantes do grupo carioca: um dos cinco integrantes do “conselho” da facção, que se apresentou para falar com as autoridades, era um traficante paulista.

Racha na quadrilha

Há duas semanas, um racha dentro da facção ADA motivou a transferência de cerca de 300 presos de Bangu 4. Detentos ligados a Edmilson Ferreira dos Santos, o Sassá, chefão da ADA que está preso há 11 anos em presídio federal, pediram para sair da unidade e foram mandados para a Penitenciária José Frederico Marques (Bangu 10).

Agora, o MP apura se a aliança com o PCC motivou a ruptura na quadrilha. Outra explicação para o racha seria uma desavença entre chefões sobre roubos de carga por bandidos da favela da Quitanda, que estariam desagradando Sassá.

Bandidos usaram massacre

Para membros do MP e da Defensoria Pública, traficantes do Rio usaram os massacres em presídios do Norte do país para ganhar benefícios. Na semana passada, após uma tentativa de invasão por traficantes do Terceiro Comando Puro (TCP), presos que integravam milícias e ex-PMs foram transferidos da Penitenciária Lemos Brito (Bangu 6).

 

— Os traficantes pressionaram e a secretaria engoliu. Agora, o tráfico tem o presídio só para ele — diz André Guilherme Freitas.

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