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Cuiabá, 25 de Abril de 2024
25 de Abril de 2024

22 de Julho de 2015, 08h:06 - A | A

JUDICIÁRIO / POR UTI PEDIÁTRICA

Juíza se revolta e usa corrupção e desvios na Petrobrás ao conceder liminar

“Se ao menos 1% do que foi desviado na Petrobrás viesse para o sistema de saúde, MUITO SOFRIMENTO SERIA POUPADO".

RAFAEL DE SOUSA
DA REDAÇÃO



Um pedido de liminar feito pela Defensoria Pública do Estado para atendimento de emergência a uma bebê (sexo feminino), com a iniciais M.S.B.S de sete meses de idade, diagnosticada com câncer maligno supra renal, internada no Hospital de Câncer da capital, indignou a juíza Adriana Sant’anna Coningham, da 2° Vara Cível de Cuiabá. Ao analisar o processo a atitude da magistrada pegou até os próprios colegas de surpresa.

“Se ao menos 1% do que foi desviado na Petrobrás viesse para o sistema de saúde, MUITO SOFRIMENTO SERIA POUPADO. Até quando assistiremos a sessão massacre com requintes de crueldade que está sendo perpetrada contra nosso povo? Não há como não se indignar”, diz trecho da ação.

Ela disparou contra a corrupção e os desvios de dinheiro na Petrobrás, além de usar o Caps Lock (tecla que deixam as letras maiúsculas. Se usada na escrita é como se estivesse grintando ou destacando a opinião de forma ríspida) para demonstrar sua revolta. 

Na decisão, a magistrada fixou prazo de 15 dias para execução da liminar e multa diária de R$ 30 mil caso as Secretarias de Saúde descumpram o parecer.

“Se ao menos 1% do que foi desviado na Petrobrás [conforme noticiado] viesse para o sistema de saúde, MUITO SOFRIMENTO SERIA POUPADO. Até quando assistiremos a sessão massacre com requintes de crueldade que está sendo perpetrada contra nosso povo? Não há como não se indignar”, diz trecho da ação.

No documento, a defensora Karine Michele Gonçalves atende um pedido da avó materna da menina, Sandra Teixeira Ferro Barbosa, moradora de São José do Rio Claro, interior de Mato Grosso. Karine pede que o Estado e o município de Cuiabá sejam obrigados a transferir a criança de forma urgente para uma Unidade Terapida Intensiva Pediátrica (UTIP), pública ou privada, sob eminente risco de morte, para depois enfrentar um o processo cirúgico.

Na decisão, a magistrada fixou ainda prazo de 15 dias para execução da liminar e multa diária de R$ 30 mil caso as Secretarias municipal e estadual de Saúde descumpram o parecer.

“É tanta dor que essas famílias enfrentam vendo um ente querido sofrer e ainda precisam lutar contra um sistema de saúde ineficiente INCAPAZ DE GARANTIR O MÍNIMO DE ATENDIMENTO AOS QUE PROCURAM”, diz trecho da ação.

OUTRO LADO

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) por meio da assessoria de imprensa informou que não vai se manisfestar em relação ao desabafo da juíza, já que ela cita à corrupção em nível nacional e não no Estado. No caso da bebê M.S.B.S, assim que a Central de Regulação do Estado recebeu a ordem judicial, na madrugada de segunda (20), a criança foi encaminhada ao Hospital Jardim Cuiabá na capital onde está recebendo o atendimento necessário.

OPERAÇÃO LAVA JATO

Os desvios aos quais a magistrada se refere foram descobertos pela Operação Lava Jato, deflagrada em 17 de março de 2014 pela Polícia Federal (PF), que investiga um esquema bilionário de desvio e lavagem de dinheiro envolvendo a Petrobrás e políticos de vários partidos. A PF estima em R$ 19 bilhões o prejuízo na estatal. Em balanço divulgado em abril de 2015, a empresa admitiu perdas de R$ 6,2 bilhões com a corrupção, isso só no ano passado.

 

 

TEXTO

 Veja o desabafo da magistrada.

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