DA REDAÇÃO
Ter facilitado empréstimos milionários, através do Bic Banco, ao agiota e empresário, Júnior Mendonça, que alega ter direcionado todo o dinheiro para o “sistema” gerenciado pelo ex-secretário de Estado, Eder Moraes, assim como ter avalizado em agosto de 2006, um empréstimo, também no Bic Banco, à Laje Engenharia e Pavimentação Ltda, que em seguida recebeu um ‘crédito’ do governo Estado, no valor de R$ 1.8 milhão, através de um ofício encaminhado ao superintendente do banco, Luis Carlos Cuzziol, denunciado pelo Ministério Público Federal.
As constatações se dão através de documentos e do depoimento do delator, das investigações da Operação Ararath, o agiota Júnior Mendonça, que foi o ‘canal’ para diversas transações financeiras.
Blairo Maggi, teria pedido que um dos donos do Bic, Bezerra de Menezes, conhecido como Binho, atendesse todos os pedidos de Eder.
De acordo com o depoimento de Júnior Mendonça, ele foi convencido a abrir uma conta de sua empresa Amazônia Petróleo no Bic Banco para fazer empréstimos, que seriam repassados diretamente a Eder Moraes, que alegava atender pedidos do ex-governador Blairo Maggi, assim como o atual Silval Barbosa (PMDB).
À Polícia Federal, Mendonça relatou que logo que abriu a conta, fez um empréstimo de R$ 3 milhões. Surpreso com a facilidade da transação, já que nunca foi cliente da Casa, o superintendente explicou a ele que o então governador, Blairo Maggi, teria pedido que um dos donos da instituição, Bezerra de Menezes, conhecido como Binho, atendesse todos os pedidos de Eder.
“(...)QUE o depoente desconfiou quando foi recebido pelo gerente do Bic Banco, Sr. LUIZ CARLOS CUZIOLI, que realizou empréstimo de cerca de R$ 3.000.000,00 (três
milhões de reais), sem exigir qualquer garantia real, salvo a assinatura do Depoente como avalista; QUE o Depoente esclarece que, antes deste pedido de
empréstimo, não tinha conta corrente ou mesmo qualquer relacionamento financeiro com esta instituição; Outra circunstância que causou estranheza .O Depoente perguntou "qual o motivo da facilidade dos empréstimos?"; e o Gerente do Banco respondeu ao Depoente que BLAIROMAGGI teria conversado com BINHO, um dos proprietários do Bic Banco,cuja orientação emitida por BINHO ao Bic Banco de Mato Grosso, era de que atendesse a todas as necessidades financeiras de EDER MORAES; (..)”, relata o inquérito policial.
Quanto a ter avalizado R$ 5 milhões para a Laje Engenharia e Pavimentação Ltda, o senador Blairo Maggi, admitiu recentemente, em entrevista à revista Veja, que apenas foi avalista de um amigo, que não pagou a conta e ele então assumiu a dívida, mas não citou a concessão de crédito do governo do Estado à empresa, no mesmo banco que foi feito o empréstimo.
De acordo com um ofício da Secretaria de Infraestrutura do Estado (Sinfra), datado em 31 de outubro de 2006, concedeu o crédito de R$ 1.8 milhão à empresa avalizada por Blairo. De acordo com o documento o valor seria liquidado até 01/07/2007, tendo como fonte pagadora o governo do Estado, através da Secretaria de Infraestrutura.
SEM SE MANIFESTAR
Blairo Maggi estava na Europa, quando estourou o escândalo do envolvimento do seu nome em transações financeiras ilegais. Com exceção da entrevista concedida à revista Veja, desde que chegou ao Brasil, nesta terça-feira (27), Blairo tem se mantido afastado da imprensa sem prestar declarações.
Nesta quarta-feira, ele teria se encontrado com o governador Silval Barbosa (PMDB), em Brasília, para discutir os ‘estragos’ que o escândalo envolvendo o nome de ambos, assim como demais membros do grupo político da base governista causou.
Diante do envolvimento de seu nome, Blairo declarou à Veja, que ao término de seu mandato de senador, não irá mais se candidatar a nenhum outro cargo, dando fim à sua carreira política.
Veja ofício da Sinfra encaminhado ao Bic Banco
