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Cuiabá, 25 de Abril de 2024
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17 de Março de 2018, 12h:14 - A | A

GERAL / OPERAÇÃO CARNE FRACA

Ministério da Agricultura proíbe BRF de exportar carnes de aves

Em Mato Grosso duas unidades foram atingidas pela medida. Elas estão instaladas em Várzea Grande e Nova Mutum.

CAMILA PAULINO
DA REDAÇÃO



A exportadora BRF está impedida de produzir e receber certificação do Ministério da Agricultura, Abastecimento e Pecuária (Mapa), sob Blairo Maggi (PP), para exportar alimentos produzidos a partir de aves para União Europeia, desde essa sexta-feira (16). Ao todo, 10 fábricas da empresa, instaladas em Mato Grosso, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná e Goiás foram afetadas. A medida foi tomada após algumas unidades da empresa terem sido alvo da Operação Carne Fraca, da Polícia Federal (PF).

A BRF possui 35 unidades produtivas espalhadas pelo país. Em Mato Grosso, duas unidades foram atingidas pela medida, elas estão instaladas em Várzea Grande e Nova Mutum. Além destas, há outra unidade da BRF em Lucas do Rio Verde. 

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Foram proibidos os embarques de alimentos produzidos com o selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF) nas unidades de números: 1 (Concórdia-SC), 18 (Dourados-MS) , 103 (Serafina Correa-RS), 104 (Chapecó-SC), 292 (Várzea Grande-MT), 2014 (Marau-RS), 2518 (Francisco Beltrão-PR), 466 (Capinzal-SC), 4567 (Nova Mutum-MT) e 1007 (Rio Verde-GO).

A assessoria de imprensa da BRF emitiu nota dizendo que na próxima semana deve ocorrer uma reunião na cidade de Bruxelas, na Bélgica, com representantes do Mapa, para prestar esclarecimentos técnicos às autoridades sanitárias do bloco econômico. Após o encontro a medida será reavaliada.

“Está marcada para a próxima semana uma reunião na cidade de Bruxelas, na Bélgica, para o Mapa prestar esclarecimentos técnicos às autoridades sanitárias da União Europeia. Após o encontro, a medida será reavaliada”, diz trecho da nota.

Além disso, a BRF ressaltou que os produtos já produzidos e embarcados antes do dia 16 de março podem ser comercializados e utilizados sem restrições.

“A Companhia reitera que vem mantendo intensa interlocução com as autoridades locais e internacionais, prestando todos os esclarecimentos necessários afim de atestar a qualidade e segurança de seus produtos e preservar o relacionamento comercial com seus clientes e consumidores. A BRF manterá seus acionistas e o mercado em geral devidamente informados sobre qualquer nova informação relacionada ao presente comunicado”, diz o texto.

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que representa os produtores nos setores de avicultura e suinocultura no Brasil, emitiu nota esclarecendo que medidas são adotadas para a retomada das exportações.

“Por tais razões, o Governo Brasileiro precisa e deve esclarecer rapidamente a questão.  O país não pode ceder às ameaças que colocam em risco milhares de empregos e as empresas do nosso setor.  Somos parceiros de longa data da União Europeia, para onde exportamos mais de 5 milhões de toneladas de carne de frango apenas nos últimos 10 anos.  Nunca houve qualquer registro de problemas de saúde pública relacionados à carne brasileira. Não há, portanto, motivos concretos para impor embargos a qualquer empresa de nosso setor, especialmente tratando de fatos passados e que já foram corrigidos”, diz trecho da nota emitida pela ABPA.

A ABPA cita que o setor produtivo gera R$ 4,1 milhões de empregos diretos e indiretos para o País e que somente a BRF gera mais de 100 mil empregos diretos. 

A avicultura também protagoniza uma das mais relevantes contribuições para o saldo positivo da balança comercial - superando US$ 7 bilhões em divisas.  

Leia as notas na íntegra: 

Nota BRF

A BRF comunica aos seus acionistas e ao mercado em geral que, de maneira cautelar, o Ministério da Agricultura, Abastecimento e Pecuária ("MAPA") decidiu interromper temporariamente, a partir de 16 de março de 2018, a produção e certificação sanitária dos produtos de aves da BRF exportados do Brasil para União Europeia. A medida contempla os SIFs: 1, 18, 103, 104, 292, 466, 1001, 2014, 2518 e 4567.

É importante ressaltar que todos os produtos já alocados na região, bem como os produzidos e embarcados antes do dia 16 de março podem ser comercializados e utilizados sem restrições.

Está marcada para a próxima semana uma reunião na cidade de Bruxelas, na Bélgica, para o MAPA prestar esclarecimentos técnicos às autoridades sanitárias da União Europeia. Após o encontro, a medida será reavaliada.

A Companhia reitera que vem mantendo intensa interlocução com as autoridades locais e internacionais, prestando todos os esclarecimentos necessários afim de atestar a qualidade e segurança de seus produtos e preservar o relacionamento comercial com seus clientes e consumidores.

A BRF manterá seus acionistas e o mercado em geral devidamente informados sobre qualquer nova informação relacionada ao presente comunicado.

Nota ABPA

Com relação à suspensão dos embarques da BRF para a União Europeia, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que representa a avicultura e a suinocultura do País, confia em uma efetiva e imediata solução, por meio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, para a retomada das exportações.

A ABPA lembra que o setor produtivo gera 4,1 milhões de empregos diretos e indiretos para o País.  Somente na BRF, são mais de 100 mil empregos diretos.  A avicultura também protagoniza uma das mais relevantes contribuições para o saldo positivo da balança comercial - superando US$ 7 bilhões em divisas.  

Por tais razões, o Governo Brasileiro precisa e deve esclarecer rapidamente a questão.  O país não pode ceder às ameaças que colocam em risco milhares de empregos e as empresas do nosso setor.  Somos parceiros de longa data da União Europeia, para onde exportamos mais de 5 milhões de toneladas de carne de frango apenas nos últimos 10 anos.  Nunca houve qualquer registro de problemas de saúde pública relacionados à carne brasileira. Não há, portanto, motivos concretos para impor embargos a qualquer empresa de nosso setor, especialmente tratando de fatos passados e que já foram corrigidos. 

Vale ainda esclarecer: toda a questão em torno deste tema decorre de divergências sobre critérios de classificação de produtos exportados no que tange à Salmonella spp que, em termos práticos, não traz risco à saúde pública.

Por fim, vale lembrar que o Brasil é o maior exportador de carne de frango do mundo.  Ao longo de quatro décadas, embarcamos mais de 60 milhões de toneladas de carne de frango, em mais de 2,4 milhões de contêineres para 203 países. O primeiro contêiner, inclusive, foi enviado pela Sadia, marca da BRF. Ao longo de sua história, a avicultura brasileira construiu uma trajetória sólida pautada pela preservação de seu status sanitário e da qualidade de seus produtos.  Nada mudou.

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